18.3.06

PFnão entrará no caso

Polícia Federal não entrará no caso, informa Bastos
Para ele, Palocci é alvo de ataque especulativo e não deve ser investigado


O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse ontem que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, está sendo alvo de um ataque especulativo e que a Polícia Federal não se prestará ao papel de colaborar com esse ataque, descartando, assim, a hipótese de mandar abrir um inquérito contra ele no âmbito da PF.

"A Polícia Federal, nesses três anos (de governo Lula), nunca se prestou a esse tipo de exploração política, e não será agora que vai fazê-lo", afirmou Bastos. Segundo ele, Palocci "está fazendo um grande trabalho pelo País, é merecedor de toda a confiança do presidente Lula, do governo e da sociedade e não será afastado do cargo".

Bastos concordou com as lideranças do governo no Senado, que acusaram a perda de foco da CPI dos Bingos, que teria se tornado palco de especulação e de exploração política.

Ele fez essas declarações depois de instalar a Operação Brabo (siglas composta das iniciais de Brasil e Bolívia), que objetiva marcar presença da autoridade brasileira na fronteira de quase 3 mil quilômetros entre os dois países. A Brabo será uma operação integrada entre a PF, o Ibama, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e outros órgãos públicos, envolvendo ações de combate ao tráfico de drogas, contrabando, destruição ambiental e outros.

Durante um passeio de barco que a comitiva fez pelo rio Guaporé, até o Forte Príncipe da Beira, um dos barcos virou e três policiais caíram na água, mas logo foram recolhidos.

Sobre a ação movida pelo senador Tião Viana (PT-AC) no Supremo Tribunal Federal (STF), e que interrompeu o depoimento do caseiro Francenildo Santos, o ministro se limitou a comentar: "Tive notícia disso". Ele deu a entrevista horas antes de o ministro do STF Cezar Peluso conceder a liminar pedida por Tião Viana.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, também defendeu Palocci. "Palocci é um dos esteios do governo. É uma pessoa muito serena e que demonstrou ao longo de sua trajetória muita credibilidade pelo que ele fez", disse Furlan, depois de participar de reunião ampliada de ministros e presidentes do Brasil e do Uruguai, no Palácio do Planalto.
Estadão