"A quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa provocou um jogo de empurra entre dois órgãos do governo federal, que querem se livrar da responsabilidade pelo crime. O vazamento dos dados complicou ainda mais a situação já delicada do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. As duas instituições em questão — a Caixa Econômica Federal e a Polícia Federal — são subordinadas, respectivamente, aos ministérios da Fazenda e da Justiça. E vêm sendo pressionadas pelo Palácio do Planalto para abafar o caso.
Dois funcionários de alto escalão da Caixa Econômica Federal disseram ao Correio, depois de pedirem para não serem identificados, que a PF invadiu a conta do caseiro e transmitiu os dados para um assessor próximo de Palocci. A PF veio à público negar que seus agentes tenham invadido a conta do caseiro usando um programa de computador específico para quebrar senhas de acesso pela internet. Extraoficialmente, uma fonte da PF confirmou a parte da história segundo a qual quem deu publicidade aos dados foi um assessor de Palocci — informação confirmada também por um funcionário do próprio ministério. O presidente da Caixa, Jorge Mattoso, tem sofrido pressões ainda mais fortes. Mattoso foi obrigado a cancelar uma viagem a São Paulo para tratar pessoalmente da crise em que o banco se meteu. A conta do caseiro é da instituição. E o banco é o responsável legal pelo sigilo dos dados financeiros de seus clientes."
Correio Brasiliense
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