Ideli apresentou pedido para acessar imagens do sistema de segurança do Congresso, mas foi levada a retirá-lo
No que foi entendido pelos parlamentares da oposição como mais uma tentativa de intimidação contra o caseiro Francenildo Santos Costa, o Nildo, a líder do PT no Senado, senadora Ideli Salvatti (SC), pediu ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acesso às fitas do sistema interno de segurança nas quais ele apareça nas dependências da Casa, nos últimos 15 dias. No requerimento de apenas sete linhas, ela não explicou o motivo do pedido.
Ideli foi chamada de "bisbilhoteira" e de "patrulhadora da KGB". Seu gesto foi também interpretado como uma tentativa de fiscalizar os próprios colegas. A senadora se defendeu, dizendo que seu pedido era "obviamente singelo" e não tinha intenção de atingir ninguém. Mas não explicou por que queria saber os locais onde Francenildo esteve.
A senadora Heloisa Helena (PSOL-AL) atacou duramente a iniciativa da petista: "Tirem as patas do pobre caseiro, que nada mais fez do que dizer a verdade. Se ele se calar, aparecerão outros para contar o que sabem", afirmou. A pedido do líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), Ideli concordou em retirar o pedido e transferir a investigação da "idoneidade" do caseiro à Polícia Federal.
BISBILHOTEIRA
A discussão começou quando o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) pediu explicações a Renan. Foi seguido por vários apartes contrários à iniciativa da líder petista. "É lamentável que a líder do partido do governo peça que se bisbilhote a vida dos gabinetes. É lamentável que o governo escolha como líder uma bisbilhoteira, e não uma pessoa que venha cá estabelecer a verdade", criticou o senador Heráclito Fortes (PFL-PI).
Amir Lando (PMDB-RO) disse que nunca tinha visto nada parecido no Congresso. "Não aceitamos patrulhamento, aqui não é a KGB", protestou, referindo-se à polícia política da antiga União Soviética, encarregada de espionar e reprimir os opositores do regime.
No plenário, prosseguiram os protestos da oposição pela violação do sigilo bancário de Nildo. O senador José Jorge (PFL-PE) disse que pode acionar a Comissão de Ética Pública do governo contra o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que afirmou que "o caseiro foi inventado e treinado". José Jorge disse que, de tão "inconseqüente", a declaração dá razão à mãe de Francenildo, que, em entrevista ao Estado, apelou ao presidente Lula: "Não faça nada com meu filho e mande-o de volta para o Piauí."
Estadão
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