31.3.06

Discurso Almeida Lima

A história da filosofia tem registrado que a ascensão de grandes movimentos políticos da humanidade, embora tivessem como causa a conjuntura política, econômica e social da época, eles foram precedidos de reflexões, de teorias e de doutrinas formuladas com muita antecedência, até secular. Assim aconteceu com a revolução francesa, com o comunismo na União Soviética, com o nazi-fascismo e tantos outros. Não obstante viessem a ser, posteriormente, suplantados, derrotados e sucedidos, as doutrinas que deram fundamento a esses movimentos continuaram latentes, e a sua recorrência pode se dar a qualquer momento da história, desde quando outras circunstâncias surjam para lhes requisitar.

Assim já acontece, por exemplo, com o fascismo que, na Alemanha recebeu o nome de nazismo – palavra originada da sigla NAZI que é a abreviatura do primeiro nome, em alemão, do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistiche Deutsche Arbeiterpartei) e doutrina política e social adotada por Adolf Hitler. Essa doutrina concebida no início do século XIX e que teve como precursores Fichte, Mazzini, Carlyle e Nietzsche, aplicada por Hitler pouco antes da segunda guerra mundial e derrotada por ela, está muito viva em toda a Europa e aqui mesmo no Brasil, com as variações pertinentes à conjuntura local de cada país. O que eu não imaginei, em princípio, é que ela se fizesse presente em nosso meio de forma dissimulada, não rotulada, embora evidente e visível em todas as ações do PT - Partido dos Trabalhadores e do governo do Presidente Lula da Silva.

Assim como o NAZI - Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o PT - Partido dos Trabalhadores não formulou um projeto de governo para um mandato de quatro anos. O objetivo foi um projeto de poder para transformar o Brasil num Estado totalitário, fascista intolerante e antidemocrático. Os maiores líderes, a exemplo de Lula, José Dirceu e José Genuíno, enganaram àqueles segmentos da igreja católica, dos intelectuais, dos trabalhadores, dos artistas e até mesmo políticos que imaginaram estivessem a construir um projeto socialista para uma sociedade igualitária, fraterna e democrática. Enganaram e abandonaram a todos.

Estou advertindo: o projeto fascista está em curso. O Presidente Lula da Silva é o seu comandante, e nem mesmo os escândalos que afogam o seu governo tem arrefecido esses ânimos. O processo de aniquilamento das instituições democráticas é patente. A ascendência que o governo exerce sobre os poderes Judiciário e Legislativo não visa o exercício da busca de apoio para as suas ações de governo, mas, tão somente, a desmoralização dessas instituições pelas decisões que impõe e sempre na contra mão dos anseios da população brasileira que clama pela cassação dos corruptos que o legislativo não cassa e pela sua prisão que o Judiciário não decreta. A marcha que o PT põe em curso é a prática da doutrina do niilismo, da descrença absoluta para a destruição das instituições existentes e a construção de uma nova sociedade sob a égide do totalitarismo.

O aparelhamento do Estado é uma realidade. O PT e o Presidente Lula da Silva transformaram a administração federal numa máquina ineficiente. Empregaram a militância partidária que não tem preparo e é incompetente, visando o controle político da máquina para efetivarem a vigilância dos cidadãos através da bisbilhotice indecente e criminosa. O aparelhamento atende, ainda, ao objetivo da corrupção, não apenas para a locupletação pessoal, mas, também, para financiar o projeto de Estado totalitário, o que levou José Dirceu a justificar que o roubo do dinheiro público com esse objetivo não é corrupção. As garantias individuais não existem. O que falta é só decretar o Estado de Sítio. O governo, no comando do Estado, violou direitos fundamentais como a intimidade, o estado da pessoa, a condição cidadã, a situação pessoal-familiar. Não houve nenhuma reação à altura da ação delinqüente desse governo, salvo a demissão tardia e cerimoniosa que teve por objetivo transformar criminosos em vítimas. Nada mais se fez. O povo esperou vê-los presos, saindo algemados do Ministério da Fazenda e da Caixa Econômica Federal.

Órgãos do Estado como o Ministério da Justiça e a Polícia Federal não estão sendo diligentes no combate ao crime e às práticas ilegais desse governo, na medida em que dificultam as investigações, retardam diligências que poderiam preservar provas de crimes cometidos como no caso dos computadores e da agenda de Waldomiro Diniz, além de não diligenciar as informações das contas de Duda Mendonça no exterior que foram solicitadas pela CPI que prestam um grande serviço ao país, não obstante a interferência prejudicial e inadequada do STF – Supremo Tribunal Federal.

Enquanto isso, o Presidente Lula da Silva viaja pelo país cumprindo um ritual criteriosamente elaborado, dentro de uma perspectiva filosófica concebida e executada com maestria, atendendo a princípios doutrinários consagrados pelo processo histórico.

Enganam-se os que imaginam que ele cumpre um papel de bobo da corte. Os nossos doutores em ciência e filosofia estão sendo postos para trás pelo retirante semi-analfabeto. Não perceberam, ainda, que o núcleo desse grupo não é formado de “mansos nem ponderados”, são, na verdade, adeptos da irracionalidade filosófica.

Não é do meu feitio prometer, mas assumo o risco do compromisso de trazer uma análise fundada em princípios doutrinários filosóficos que estão embasando as ações do Presidente Lula da Silva e que objetivam fazer do Brasil um Estado totalitário fascista.

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