CPI pode ouvir bicheiro preso em Mato Grosso
A CPI dos Bingos vai ouvir o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, chamado de comendador Arcanjo, extraditado para o Brasil no sábado. Arcanjo, condenado em Cuiabá sob acusação de comandar o crime organizado no Estado, estava preso no Uruguai desde 2003, por utilizar documentos falsos.
O relator da Comissão, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse ontem que Arcanjo poderá ser ouvido em Cuiabá, caso não seja possível trazê-lo a Brasília. "Podemos nos deslocar até lá", disse.
Segundo ele, a comissão vai investigar a colaboração de Arcanjo ao caixa dois de campanhas eleitorais, sobretudo em Mato Grosso. Luiz Alberto Dondo Gonçalves, o contador de Arcanjo, disse à Justiça que o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) teria recebido dinheiro do bicheiro para sua campanha. Barros nega.
A convocação de Arcanjo foi um dos primeiros requerimentos aprovados pela CPI dos Bingos. Há suspeitas de que ele esteja ligado a facções criminosas do jogo que atuariam também em Santo André, onde o prefeito Celso Daniel foi assassinado em 2002.
Arcanjo está no presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá. Sua extradição foi pedida ao Ministério da Justiça pelo juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara da Seção Judiciária de Mato Grosso. O comendador responde a processos por homicídio, contrabando, fraude contra o sistema financeiro e formação de quadrilha.
Arcanjo foi trazido em um vôo da Aeronáutica que saiu de Montevidéu, no Uruguai, às 13h de sábado. Depois de uma escala técnica em Brasília, a aeronave chegou pouco antes das 18h em Cuiabá e foi entregue à Polícia Federal.
Folha
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