26.5.06

Guerrilheiro das Farc

Decisão sobre refúgio de guerrilheiro das Farc pode sair em junho
Os sete membros do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), deve decidir em junho se concede ao porta-voz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Olivério Medina, também conhecido por Padre Camilo, sua condição de refugiado. O Conare já realizou três reuniões para decidir o caso do guerrilheiro, mas não se chegou a uma decisão. A condição de refugiado é concedida por maioria simples, mas não há consenso em torno da situação de Medina que aguarda o desfecho preso na Polícia Federal. Partidos políticos como PCdoB, PSOL, PT, PSB, PMDB e PL, já fizeram chegar ao Comitê, listas de apoio a libertação de Medina. Além disso, centrais sindicais como a CUT e a CGT, aprovaram moções em defesa do colombiano. A Igreja católica também tem pressionado para que Olivério Medina não seja entregue ao governo colombiano. Por outro lado, a embaixada colombiana no Brasil e a associação das vítimas do terror na Colômbia, querem a extradição de Medina, que poderá ser entregue aos Estados Unidos. Medina ainda conta com uma rede de apoio no exterior que faz chegar ao governo brasileiro e aos integrantes do Conare, informações acerca das verdadeiras intenções do governo de Álvaro Uribe. De acordo com essas informações, Medina poderia ser usado como moeda de troca em relação aos mais de 60 seqüestrados pelas Farc. O Comitê Pela Libertação de Olivério Medina no Distrito Federal, lançou manifesto em que declara apoio ao pedido de refúgio solicitado por Olivério Medina ao Conare, no entanto, o órgão trabalha para evitar quaisquer pressões e manter sua independência. As análises dos processo no Comitê são técnicas e não políticas, fazem questão de afirmar seus integrantes. O Conare é integrado pelos ministérios da Justiça, que o preside; Relações Exteriores, Trabalho e Emprego; Saúde; Educação e Esporte, além do Departamento de Polícia Federal; Cáritas Arquidiocesana de São Paulo e Rio de Janeiro e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que não tem direito a voto. O Conare já concedeu o status de refugiado a pessoas que participaram do governo de Saddam Hussein, no Iraque; paramilitares colombianos e acusados de seqüestros em outros países.
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