Fabricantes de máquinas agrícolas ameaçam demitir 30 mil trabalhadores
Quando a Volkswagen anunciou que fecharia uma das suas fábricas e demitiria 6 mil trabalhadores de São Paulo, o governo Lula entrou em surto e pelo menos dois ministros foram saber o que os alemães estavam querendo. Pois bem: as indústrias gaúchas de máquinas agrícolas, que fabricam 60% de todos os tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas brasileiros, estão fechando as portas e já demitiram 6 mil trabalhadores nos últimos 18 meses, ameaçando botar na rua outros 30 mil.
. O problema da Volks e das indústrias gaúchas de máquinas agrícolas é o mesmo: 1) a economia cresce como o rabo do cavalo (ano passado, o PIB brasileiro foi o pior da América do Sul). 2) o câmbio irrealista, fruto da política rentista e entreguista de juros altos de Lula, está matando as exportações.
. Sem ar para respirar, o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS, Cláudio Bier, anunciou para esta página o que pedirá nesta quarta-feira em Brasília: "Capital de giro com dois anos de carência".
. É só ?
. "É só, porque perdemos os três anos que passaram, este ano está perdido e precisamos de dois anos, porque é o tempo que o Brasil terá para decidir se quer fechar todas as suas indústrias", reclamou, desanimado, o presidente do Simers.
. A indústria gaúcha passa por crise devastadora. O Índice de Desempenho Industrial do primeiro trimestre, divulgado ontem pela Fiergs, registrou queda inédita de 9,9% no período. Embora apareça com equação diferente do IDI, o índice de produção industrial brasileira também dá sinais preocupantes. A CNI revelou ontem que apenas as grandes indústrias apresentam índices positivos: 51,6% no trimestre. As menores estão muito aquém disto: 42,9%. Segundo a CNI, 50 é o número que serve de base para mais e para menos.
. O governo Lula, como os Bourbon, da França, não aprendeu nada e não esqueceu nada.
Políbio Braga
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