9.5.06

Protesto do campo

Protestos de produtores rurais chegam a SP
Agricultores usaram sacas de milho e tratores para bloquear entrada de agências bancárias em Promissão

Os protestos de produtores rurais, que já vinham sendo realizados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás, chegaram ontem ao interior de São Paulo. As manifestações são contra as políticas econômica e agrícola do governo federal.
Em Promissão (467 km a noroeste de São Paulo), agricultores interditaram o acesso a cinco agências bancárias da cidade. Os manifestantes colocaram sacas de milho e máquinas agrícolas em frente aos bancos.
"Nossa principal reivindicação é a renegociação de dívidas agrícolas, entre elas equipamentos e maquinários. Apoiamos também as manifestações de agricultores que ocorrem em outros pontos do país", disse o produtor rural Eusébio Zaplana.
Segundo ele, cerca de 1.500 agricultores participavam dos protestos ontem em Promissão. As agências do Banco do Brasil, Nossa Caixa e Banespa foram interditadas pelos agricultores. "Usamos sacas de milho e máquinas para bloquear o acesso aos prédios." Além das três, as entradas dos bancos Bradesco e Itaú também foram bloqueadas.
Segundo a Polícia Militar, o clima na cidade era de tranqüilidade. O comércio funcionou normalmente.
Na rodovia Raposo Tavares -região de Presidente Prudente (565 km a oeste de São Paulo)- cerca de 80 tratores foram estacionados no acostamento da estrada durante a manifestação de agricultores.
Os protestos que ocorrem no interior de São Paulo fazem parte do movimento batizado de "Grito do Ipiranga", que teve início em abril em Mato Grosso.
Os produtores agrícolas, entre outras reivindicações, querem redução no preço do diesel, seguro para safras e novas linhas de crédito nos bancos. Eles reclamam também da queda do dólar.
Em Mato Grosso, levantamento da Polícia Rodoviária Federal apontava ontem 11 pontos de bloqueios nas cinco rodovias federais que passam pelo Estado. Em Mato Grosso do Sul, a BR-163 registra dois pontos de bloqueios.

Goiás e Paraná
Os ruralistas de Quirinópolis (281 km de Goiânia) já fecharam quatro armazéns de grãos -Seleta, Coimbra, Caramuru e cooperativa Agrovale- desde anteontem, impedindo a saída de soja.
Em Jataí (sudoeste de Goiás), onde três rodovias federais (BRs 364, 060 e 159) estão com barreiras desde sexta-feira, os agricultores também ameaçam fechar estradas estaduais e armazéns.
Produtores rurais do norte e noroeste do Paraná bloquearam ontem, em Maringá, o complexo industrial da Cocamar Agroindustrial, a maior cooperativa da região. Eles também bloquearam o terminal ferroviário da ALL (América Latina Logística) impedindo o embarque de soja, milho e farelo de soja para os portos de Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC). A ALL estimou em R$ 1,2 milhão os prejuízos pela paralisação dos embarques.

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