Lula exige empenho do PT na defesa do governo
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta quarta do PT mais empenho na defesa do governo. Durante jantar na Granja do Torto, que começou pouco depois das 20h e entrou pela madrugada, o presidente e a nova cúpula petista tiveram a primeira conversa política para tratar objetivamente da estratégia do governo e do partido para as eleições de 2006.
Antes do encontro, o secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci, informou que o PT sempre defendeu as ações federais, mas agora poderá fazer publicidade do governo com "mais convicção" diante dos resultados da economia. "Fica muito mais fácil defender o governo com todos esses resultados do que apenas com intenções e doutrinas", afirmou Dulci, na cerimônia de transmissão de posse do novo secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
O ministro disse ainda que Lula, apesar de buscar mais empenho de sua equipe e do PT para que seja feita uma propaganda mais eficiente de seu mandato, não deverá lançar sua candidatura à reeleição antes da hora. "A candidatura vai acontecer no momento oportuno. A oposição não vai nos obrigar a tomar uma decisão que nós não achamos correta para o País", declarou o secretário-geral da Presidência.
No jantar, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e vários integrantes da executiva, entre eles Valter Pomar (secretário de Assuntos Internacionais), Paulo Ferreira (secretário de Finanças) e Joaquim Soriano (representando a secretaria-geral), entregaram cópia da polêmica resolução do diretório nacional do PT aprovada no dia 10.
O documento traz um elenco de sugestões ao governo, entre elas a redução das taxas de juros e do superávit primário. "O caminho do crescimento permite reduzir a relação dívida/PIB, sem os sacrifícios resultantes das metas de superávit primário, que devem ser reduzidas", diz o texto aprovado pelo diretório nacional e que causou desconforto à área econômica.
Na resolução, o PT admite erros cometidos pelo partido e pelo governo nos últimos três anos e também faz duras críticas aos partidos de oposição. "Não enxergamos qualquer tipo de autoridade ou sinceridade nas críticas vindas do PSDB e do PFL. Nunca é demais lembrar: foram estes partidos que capitanearam, durante os oito anos de governo FHC, a entrega na bacia das almas de nossas empresas estatais, a multiplicação por dez da dívida pública, uma abertura comercial que serviu a interesses alienígenas, a destruição de parte de nosso parque produtivo, a redução criminosa do Estado brasileiro, a criminalização dos movimentos sociais", diz o texto.
O secretário-geral do PT, Raul Pont, que não veio ao jantar por causa de uma cirurgia, informou que o objetivo da Executiva Nacional era apresentar a Lula um balanço do trabalho da nova direção e estabelecer um cronograma de ações até o encontro nacional do partido, previsto para abril.
Na ocasião, segundo Pont, serão definidas a política de alianças e a candidatura do partido à Presidência da República. "Nos preocupamos em buscar uma sintonia maior com o governo. Isso é uma exigência num ano eleitoral", afirmou o dirigente. Essa foi a primeira reunião da executiva nacional do PT com Lula depois da escolha do novo comando partidário.
Militantes petistas improvisam ceia em defesa a Lula
Militantes petistas e eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveram, na Granja do Torto, uma ceia de fim de ano. Bem-humoradas, cerca de 20 pessoas improvisaram uma mesa próximo à entrada da residência oficial do presidente e se fartaram de guloseimas. Comeram rabanada, pão doce, bolos e chocolates e beberam vinho e refrigerantes.
O objetivo do grupo foi promover um ato em defesa de Lula e de sua candidatura à reeleição. Por volta das 20h, o presidente chegou à Granja do Torto, mas não parou o carro oficial para conversar com os simpatizantes. "Viemos passar um pouco de otimismo", disse a professora da rede pública de Brasília Luana Pimentel, integrante de uma ala política do Diretório do PT do Distrito Federal.
Outra militante animada, a auditora fiscal da Previdência Rita Feliscetti, disse que se filiou ao PT este ano, no auge da crise política que afeta o partido e o governo. Ela acha que há uma maré de denuncismo e quer ajudar o partido a se reerguer. "Sou contra essa onda negativa, que atrapalha não só o governo, mas o Brasil", enfatizou.
O lema exibido pelo grupo é: "Em 2006, Lula outra vez". Para a aposentada Maria Carvalho, esse é um momento importante para Lula e o governo. "Um momento de crise, se a gente aproveita bem, serve para nos aperfeiçoar", disse.
Um comentário:
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