13.12.05

Apostas do PFL

PFL aposta no fim da verticalização e projeta cenário de 2006 sem Lula
César Felício De São Paulo para Valor Online

Bornhausen: "Se ocorrer (Lula desistir da reeleição), todos os partidos irão lançar candidato próprio, porque a única certeza é que o PSDB estará no segundo turno"

O PFL já arma a sua estratégia eleitoral do próximo ano descartando a manutenção da verticalização. A cúpula do partido aposta que a restrição às coligações, se não for derrubada hoje pela Câmara, o será no ano que vem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que será presidido no ano que vem pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello.

Marco Aurélio foi um crítico público da decisão da Justiça Eleitoral que criou a regra em 2002, atendendo a uma consulta do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). Agora é o relator de uma consulta do PSL que pede um reexame do caso. Se o julgamento não se concluir na noite de hoje, como está agendado, os pefelistas acreditam que, uma vez presidente do Tribunal, Marco Aurélio daria urgência ao exame da matéria.

"Não trabalho mais com o cenário da verticalização. Vamos estar livres para coligar nos Estados e aguardar até março para decidir sobre candidatura própria à Presidência", afirmou o presidente da sigla, senador Jorge Bornhausen (SC). De acordo com o parlamentar, março será o mês que definirá a sucessão. Último mês antes da desincompatibilização, é a data que está no calendário do PSDB, PMDB e do próprio PT para a definição de chapas. Também será no dia 5 de março a data final para o TSE expedir as regras que irão nortear o pleito.

"Até março, veremos o tamanho do estrago das CPIs na popularidade do presidente Lula, que pode levá-lo a desistir da reeleição. Se isso ocorrer, todos os partidos irão lançar candidato próprio, porque a única certeza que haverá é que o PSDB estará no segundo turno", raciocina. Neste caso, o candidato pefelista não necessariamente teria que ser o prefeito do Rio, Cesar Maia, que já antecipou não pretender concorrer se o PSDB escolher o prefeito paulistano José Serra como candidato.

Para Bornhausen, a possibilidade de Lula não se candidatar em função do aumento da sua impopularidade é concreta. Em função disso, o partido está preparando para fevereiro um esboço de programa de governo na hipótese de concorrer sozinho no próximo ano. Hoje, o pefelista deve discursar no Senado fazendo uma avaliação dos três anos de administração petista. Dirá que o governo Lula é o mais ineficiente na história brasileira.

"Com Lula candidato, é preciso observar se irão ocorrer as prévias do PMDB e quem será o candidato tucano. Poderemos então compor com o PSDB no plano nacional e com diversos partidos nos Estados", disse Bornhausen. Em Santa Catarina, exemplificou, a aliança pefelista tende a ser com o PDT e em Pernambuco, com o PMDB. "Em São Paulo, se não tivermos a candidatura a governador do presidente da Associação Comercial, Guilherme Afif Domingos, a opção preferencial é pela aliança com o PSDB", disse o vice-prefeito paulistano, o pefelista Gilberto Kassab.

Para Bornhausen, a disputa sem a verticalização beneficiará o PMDB e o PFL na formação das bancadas na Câmara no próximo ano. " É fácil prever que em função das situações regionais e da crise que se abateu sobre o PT, o PMDB deverá formar a maior bancada tanto no Senado quanto na Câmara e será o fiador da governabilidade de qualquer presidente que seja eleito no próximo ano. O PFL deve sair novamente com a segunda bancada, o PSDB com a terceira e o PT, talvez, com a quarta", previu.

Como a cláusula de barreira entra em vigor nesta eleição, o dirigente pefelista acredita que a próxima Legislatura já será aberta com um quadro muito reduzido de partidos. Sem direito a funcionamento parlamentar, os partidos que não conseguirem 5% dos votos na eleição para a deputado deverão ser incorporados por siglas maiores ou fundirem-se entre si.

"Por si só, isto aumenta a governabilidade do presidente que vier a ser eleito, mesmo que a campanha eleitoral do próximo ano seja muito agressiva", afirmou o pefelista. A cúpula do PFL esteve reunida ontem em São Paulo, para um lançamento de livros do vice-governador do Estado, Claudio Lembo e do ex-ministro do Trabalho, João Mellão Neto.

Um comentário:

Anônimo disse...

best regards, nice info »