31.3.06

Mais um = OKA ATIRA NO PT!!

Okamotto diz que despesas de Lula foram feitas a trabalho

Ele reafirmou que tirou dinheiro de sua conta para saldar essas pendências.

O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, criticou duramente, hoje, o Partido dos Trabalhadores (PT) no caso do pagamento de despesas pessoais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista concedida ao ´Jornal Gente´, da Rádio Bandeirantes de São Paulo, ele garantiu que esses gastos foram lançados há anos na contabilidade da agremiação.

"Vamos fazer jornalismo investigativo. Se vocês forem investigar verão que esses gastos estão registrados há anos na contabilidade do PT. Como já disse antes, é uma contabilidade equivocada", disse. "O partido está cobrando adiantamentos feitos para viagens que tiveram contas prestadas, mas não foram dadas as baixas".

Okamotto deu como exemplo de sua indignação o caso da cobrança de uma passagem da primeira-dama, dona Marisa, que, a convite do próprio PT, integrou uma comitiva que viajou para a China. Segundo ele, o partido também está cobrando por viagens que Lula realizava no Brasil e que, por falta de atenção, não era prestadas contas ao PT e que por isso ficavam pendentes.

"Na homologação, todas essas despesas que foram lançadas há dois, três, quatro, cinco anos atrás apareceram. Esses gastos são despesas de representação, de trabalho, ele (Lula) estava trabalhando para o PT. Portanto, o partido deveria assumir isso".

O presidente do Sebrae falou que resolveu assumir esses gastos porque eles já estavam lançados. Para ele, a única forma de resolver a questão, do ponto de vista contábil dos partidos políticos, era fazer o pagamento dos valores pendentes na conta do PT em nome de Lula.

"Os partidos políticos têm uma contabilidade especial. Quitar esses lançamentos, que, na minha opinião, foram feitos equivocadamente, era a única maneira de dar baixa".


Dinheiro próprio
Paulo Okamotto reafirmou que tirou dinheiro de sua conta para saldar essas pendências. Ao mesmo tempo, falou que foi ao STF para tentar impedir a quebra de seu sigilo porque precisava preservar seus direitos individuais.

"A CPI aprovou um requerimento para saber como eu paguei essas contas. O que eu vou fazer? Se esse requerimento chegar à minha pessoa, vou pedir ao banco todos os depósitos que foram feitos na minha conta e o valor deles para saber se há algum dinheiro ilícito nisso tudo, para ver se não é dinheiro do meu salário, dos meus rendimentos..."

Okamotto assegurou que a única forma de liquidar as despesas era com "dinheiro vivo". Isso porque, em todo partido político, os depósitos têm que ser identificados, têm que ter origem.

"Se eu faço um depósito ´Paulo Okamoto´ na conta, a origem é ´Paulo Okamotto´ e ´Paulo Okamotto´ não pode pagar a conta de uma despesa que está lançada no nome de outra pessoa", explicou. "Então, era necessário ser em nome do presidente Lula".


Despesas da filha de Lula
Paulo Okamotto foi incisivo ao dizer que não pagou despesas da filha do presidente Lula. Segundo ele, essas informações foram divulgadas pela imprensa, mas o presidente do Sebrae garante que não quitou nada.

"Essas contas não são nem da filha do presidente. Se você for examinar bem vai ver que a conta é de uma pessoa que foi fiadora, estava sendo executada judicialmente, com os bens penhorados, que iriam a leilão. Esse débito era resultante de atraso no pagamento de aluguéis de uma empresa. Essa empresa cedeu uma edícula para montar o escritório da Lurian".

Questionado sobre a razão dos saques ora serem feitos por ele ora por sua mulher, Okamotto revelou que juntou o dinheiro sacando de suas contas no Banco do Brasil e que apenas pediu à sua mulher que fizesse as retiradas. "Como a conta da empresa era onde nós tínhamos numerário disponível, ela tirou dinheiro vivo dessa conta", explicou.


Vicentinho
O presidente do Sebrae admitiu que, se pudesse prever as repercussões que essas atitudes causariam anos mais tarde e as críticas contra sua pessoa, poderia ter feito tudo de forma diferente. Ele disse que não é uma pessoa que surgiu do nada e acha profundamente injusta a maneira como vem sendo tratado ultimamente.

"Eu tenho um passado, uma vida profissional, uma militância política. Fui presidente do partido em São Paulo, fui dirigente sindical, fui cassado, tenho ajudado a construir essa agremiação há 25 anos, tenho me dedicado a entender o processo de gestão de empresas, tenho trabalhado isso nos sindicatos. Acho tudo isso muito injusto".

A surpresa surgiu quando, no decorrer da entrevista, Paulo Okamotto revelou que também deu ajuda financeira ao deputado Vicentinho. De acordo o presidente do Sebrae, o parlamentar recebeu dele entre R$ 26 mil e R$ 28 mil. Rejeitando o rótulo de ´bondoso´ por suas ´doações´, ele tentou justificar a atitude.

"Eu nem falei na época, mas eu também dei R$ 26 mil ou R$ 28 mil ao Vicentinho. E por quê eu daria esse dinheiro para o Vicentinho? E porque eu tenho a consciência de que, se nós queremos ter um partido independente e que companheiros nossos disputem as eleições, alguém tem que arrumar o numerário. A verba saiu da minha conta".


Sigilo bancário
Paulo Okamotto falou que não é rico, mas que hoje recebe um salário bastante razoável para o padrão nacional. Exatamente por esse motivo é que, em 2003 e em 2004, realizou os pagamentos.

Ao mesmo tempo, reagiu com indignação quando foi lembrada a comparação feita pelo ex-deputado Roberto Jefferson de que ele, Okamotto, era a Fiat Elba, do então presidente Collor, para Lula, ou seja, que o atual presidente seria atingido se esse dinheiro não tivesse a origem comprovada.

Mostrando-se "chateado" com frases como essa, ele garantiu que vai provar que tirou o dinheiro da sua conta para as quitações. "Se for preciso, eu vou abrir toda a minha vida bancária, o meu sigilo. Aliás, eu vou aproveitar a oportunidade para registrar. Nós temos uma grande revista no País que diz que tem todas as minhas declarações de renda, inclusive cita o quanto eu ganho por ano, cita quem eu pago...Então, o meu sigilo fiscal está à disposição da grande imprensa brasileira!", desafiou.


CPI dos Bingos
O presidente nacional do Sebrae comentou também sobre o suposto telefonema que ele teria dado para justificar o não atendimento à convocação da CPI dos Bingos. Okamotto afirmou que sabendo desse episódio apenas ontem, em Belo Horizonte, quando foi participar da reunião do BID.

"Imediatamente, falamos com o senador Tião Viana, nos comunicamos com o próprio presidente da CPI, Efraim de Morais, enfim, eu acho estranho que o presidente do Sebrae, que tem uma agenda pública, está em eventos públicos, seja acusado de estar fugindo ou estar se escondendo", frisou.

"Até parece que eu poderia me esconder numa reunião do BID que tem sete mil inscritos ou que eu pudesse me esconder aqui no Encontro Nacional de Sindicatos Patronais do Comércio, em Goiânia!"


Acareação
Okamotto também abordou sua recusa em fazer acareação com Paulo de Tarso Venceslau, que há tempos acusou integrantes do PT de intermediar negócios entre prefeituras petistas e a consultoria de empresas e municípios para financiar o ´caixa dois´.

O esquema, de acordo com Venceslau, seria operado pelo presidente do Sebrae. "Eu não vejo como o fim da picada essa acareação. O que eu acho é que não há uma acusação formal. Claro que a gente, com 50 anos, tem de se explicar, como cidadão, chefe de família, quer continuar de cabeça erguida e de alguma forma tem que procurar resgatar a verdade", pregou.

"No entanto, no momento que nós estamos atravessando, qualquer coisa que acontece as pessoas exploram o lado negativo e vamos ter a clareza de que isso aconteceu num país em outros momentos e enfrentar tudo de maneira firme e que tudo vai ficar esclarecido com tempo".

Embora respeite o Congresso Nacional, o presidente do Sebrae considera desconfortável sua ida à CPI dos Bingos. Bastante nervoso, ele mesmo perguntou no que ajudaria abrir para a imprensa todos os seus extratos. "Na luta política, as pessoas usam essas coisas. A imagem vai ser usada, o que eu falar vai ser usado na luta política. Acho que as coisas não deveriam ser assim, elas não ajudam a democracia. Em todo o caso, nós estamos discutindo, estou vendo as exigências que eles (CPI) querem e posso cumprir, não vejo problema nenhuma dificuldade nisso".
Estadão

Um comentário:

Anônimo disse...

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