21.4.06

MST busca 17 milhões de militantes

Líder garante que o movimento "vem ganhando a confiança" de trabalhadores e ainda tem muito a crescer

O líder do Movimento dos Sem-Terra (MST) em Pernambuco, Jaime Amorim, avaliou ontem que o movimento ainda é pequeno, não chega a 1 milhão de agricultores sem-terra no País, e ainda tem muito a crescer. "Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 18 milhões de sem-terra, além de 60 milhões que passam fome e necessidade", afirmou, acrescentando que o MST serve de referência para os trabalhadores ainda não organizados, como favelados, pequenos agricultores e os 17 milhões de sem-terra não engajados.

"Estamos nos construindo como referência e, no meio dos trabalhadores, cada vez mais ganhamos sua confiança." Para ele, o MST é alvo de uma tentativa de criminalização e desmoralização pelas elites e pela mídia, com o objetivo de minar a organização dos trabalhadores. "Isso foi feito contra os negros, contra os índios, contra as ligas camponesas, contra Antônio Conselheiro e agora contra nós, porque estamos lutando pelo trabalho, para resolver o problema da fome e o problema histórico da concentração da terra no Brasil. Esse é o medo das elites, só quem tem a perder com a nossa ação são os que concentram poder e riqueza."

Amorim deu pouca importância à desaprovação de parte da opinião pública às ações radicais de integrantes do MST. "Podemos perder alguns adeptos na classe média e na burguesia, mas os trabalhadores estão conosco." O líder deu entrevista na saída de uma marcha que reuniu cerca de 500 trabalhadores sem-terra, pela manhã, na BR-101, em direção à Cidade Universitária, onde se concentra a maioria das atividades do 2º Fórum Social Brasileiro (FSB) e onde os sem-terra ficarão acampados.

"Estamos construindo um projeto unitário para o povo brasileiro", declarou. "O fórum é um bom momento para reunir as outras organizações da Via Campesina e avançar na construção de uma alternativa ao neoliberalismo, que exclui e marginaliza os trabalhadores."

SAQUES

Em relação aos saques feitos no início da semana, Amorim disse que eles tiveram caráter mais político e reivindicatório, para alertar os governos federal, estadual e municipais para o problema da fome dos acampados, que em Pernambuco não recebem cestas básicas desde janeiro. "Agora cabe aos governos honrar o compromisso de garantir alimentação das famílias acampadas."

Ele contou que não há planos para novos saques no momento. "Depois do fórum, e de discussões com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vamos definir ações e atitudes a serem tomadas."


Líder garante que o movimento "vem ganhando a confiança" de trabalhadores e ainda tem muito a crescer


O líder do Movimento dos Sem-Terra (MST) em Pernambuco, Jaime Amorim, avaliou ontem que o movimento ainda é pequeno, não chega a 1 milhão de agricultores sem-terra no País, e ainda tem muito a crescer. "Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 18 milhões de sem-terra, além de 60 milhões que passam fome e necessidade", afirmou, acrescentando que o MST serve de referência para os trabalhadores ainda não organizados, como favelados, pequenos agricultores e os 17 milhões de sem-terra não engajados.

"Estamos nos construindo como referência e, no meio dos trabalhadores, cada vez mais ganhamos sua confiança." Para ele, o MST é alvo de uma tentativa de criminalização e desmoralização pelas elites e pela mídia, com o objetivo de minar a organização dos trabalhadores. "Isso foi feito contra os negros, contra os índios, contra as ligas camponesas, contra Antônio Conselheiro e agora contra nós, porque estamos lutando pelo trabalho, para resolver o problema da fome e o problema histórico da concentração da terra no Brasil. Esse é o medo das elites, só quem tem a perder com a nossa ação são os que concentram poder e riqueza."

Amorim deu pouca importância à desaprovação de parte da opinião pública às ações radicais de integrantes do MST. "Podemos perder alguns adeptos na classe média e na burguesia, mas os trabalhadores estão conosco." O líder deu entrevista na saída de uma marcha que reuniu cerca de 500 trabalhadores sem-terra, pela manhã, na BR-101, em direção à Cidade Universitária, onde se concentra a maioria das atividades do 2º Fórum Social Brasileiro (FSB) e onde os sem-terra ficarão acampados.

"Estamos construindo um projeto unitário para o povo brasileiro", declarou. "O fórum é um bom momento para reunir as outras organizações da Via Campesina e avançar na construção de uma alternativa ao neoliberalismo, que exclui e marginaliza os trabalhadores."

SAQUES

Em relação aos saques feitos no início da semana, Amorim disse que eles tiveram caráter mais político e reivindicatório, para alertar os governos federal, estadual e municipais para o problema da fome dos acampados, que em Pernambuco não recebem cestas básicas desde janeiro. "Agora cabe aos governos honrar o compromisso de garantir alimentação das famílias acampadas."

Ele contou que não há planos para novos saques no momento. "Depois do fórum, e de discussões com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vamos definir ações e atitudes a serem tomadas."