19.4.06

O vandalismo do MST

Rodrigues acusa MST de praticar vandalismo
Plantio de árvores gera emprego, avisa ministro da Agricultura

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, classificou como "ações de vandalismo" as invasões promovidas por integrantes do MST em propriedades da indústria florestal. Na abertura do 3º Congresso Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável para a Indústria de Base Florestal e de Geração de Energia, em Brasília, o ministro atribuiu as recentes invasões a questões ideológicas e à falta de informação. "É preciso desideologizar. O plantio de árvores gera emprego, renda", declarou.

No evento, Rodrigues ouviu seguidas reclamações do setor produtivo, pedindo maior empenho do governo para acabar com invasões. Anteontem, para lembrar o 10º ano do massacre de Eldorado dos Carajás, em que morreram 19 sem-terra, o MST fez saques em Pernambuco, fechou estradas no Pará e invadiu fazendas em São Paulo.

Um dos autores das queixas foi o presidente da Aracruz, Carlos Aguiar. Segundo ele, a empresa sofreu prejuízo de US$ 700 mil, sem contar perdas em pesquisas, durante invasão ocorrida no Rio Grande do Sul, em março. "Essa instabilidade afugenta investimentos para área que tem crescido e gerado emprego."

Para Aguiar, a onda de invasões acontece porque o MST "busca visibilidade a qualquer preço". Em seu entender, "invasão a uma propriedade de empresa florestal tem repercussão internacional. Todos querem saber se vamos cumprir nossas remessas", avaliou.

Germano Aguiar, da Associação Mineira de Silvicultura, classificou as invasões como "ato de selvageria". E o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, observou que as invasões estão desvinculadas da questão ambiental. Para ele, o setor de florestas plantadas carrega, injustamente, o estigma de destruidor do meio ambiente.
Estadão

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