27.4.06

O castigo de Guadagnin

Guadagnin é repreendida por ter dançado no plenário
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), anunciou na noite desta quarta-feira em plenário a censura verbal à deputada Angela Guadagnin (PT-SP), por ter dançado no plenário da Câmara logo após a absolvição de seu colega João Magno (PT-MG), que teria recebido mais de R$400 mil do valerioduto. A punição foi decidida mais cedo pela Mesa Diretora, que aceitou a sugestão do corregedor da casa, Ciro Nogueira (PP-PI).

Por causa do episódio, que ficou conhecido como a dança da pizza, a deputada petista foi afastada do Conselho de Ética da Câmara, após pedido de punição impetrado pela bancada do PPS. Em sua defesa no plenário, ela pediu desculpas ao povo brasileiro pela atitude. Guadagnin, no entanto, questionou "a excessiva exploração" de sua atitude pela imprensa. A seu ver, o gesto espontâneo de alegria é amparado pela Constituição Federal, "que assegura a todo cidadão o direito à livre expressão de opinião e de pensamento".

Ciro Nogueira avaliou que o gesto de euforia da deputada não "caiu bem" para a imagem da Câmara.

- Um momento como aquele era muito delicado. Foi uma atitude inconveniente - disse, na ocasião.

O afastamento da deputada do Conselho de Ética tomou contornos de novela. Depois de o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), anunciar sua decisão, a secretaria-geral da Câmara avisou que a Guadagnin continuaria como conselheira, mesmo sem recorrer. A interpretação era de que o afastamento só se dá quando a representação fala em perda de mandato definitivo ou temporário, o que não foi o caso da petição do PPS, que pedia punição com repreensão verbal pública. Ainda assim, Izar confirmou o afastamento.