17.4.06

Câmar e Senado sem acordo!

Câmara ameaça ouvir ministro antes do Senado

Câmara e Senado saem da Semana Santa sem acordo para ouvir conjuntamente o ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, sobre a suposta ajuda que teria dado ao ex-ministro Antonio Palocci para esconder a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.

Ontem o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu a possibilidade de a Câmara ouvir o ministro antes de um acerto com o Senado e prevê que o depoimento acontecerá quinta-feira. Bastos já disse que aceita a data.

A oposição trabalha com outro calendário: "Estou me preparando para o depoimento às 14h de terça-feira (amanhã), como ficou acertado. Até agora, não houve aviso em contrário", contestou o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ). Mas disse que não se oporá ao depoimento quinta-feira, se o ministro insistir na data; para ele, o importante é que o depoimento não passe desta semana.

Já o governo prefere que Bastos fale às duas Casas, já que o requerimento para ouvi-lo estabelece o pressuposto da audiência conjunta. Na semana passada os líderes partidários combinaram, com aval do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que o depoimento seria amanhã. Mas Aldo e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda pretendem acertar uma data para a audiência conjunta.

O líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), também concorda com a sessão conjunta, mas quer ouvir o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso antes de Bastos. Ele argumenta que Mattoso poderá dar informações novas e se o ministro depuser antes dele pode ser obrigado a voltar ao Congresso para complementar seus esclarecimentos num novo depoimento.
Estadão