18.4.06

Acertos "reservados" com Morales

Assessor de Lula faz diplomacia paralela na contramão da Petrobrás

A ausência do enviado habitual de Lula a Bolívia - Marco Aurélio Garcia, assessor internacional do Palácio do Planalto – nas difíceis negociações da Petrobrás na questão do gás é considerado como indicador de que há conversações políticas, não reveladas, por trás da arrogância do Governo Evo Morales.

A estranheza vem do fato de que Marco Aurélio Garcia estabeleceu íntima e calorosa relação com o presidente boliviano e sua participação poderia ser imensamente útil para um acerto entre a Bolívia e a Petrobrás, pondo fim à incerteza que domina o fornecimento do gás.

Marco Aurélio Garcia – ideologicamente afinado com a linha do venezuelano Hugo Chávez a que procura associar a política externa brasileira na América Latina – criou um canal próprio e direto com o boliviano Evo Morales, desde os episódios de agitação na Bolívia que antecederam à campanha eleitoral. São relações pouco transparentes que precisam ser investigadas e conhecidas pelo Senado. Garcia realizou missões e manteve conversações que afetam os interesses nacionais, como no caso específico da importação de gás, em que o Brasil realizou grandes investimentos e ao qual atrelou parte substancial da sua política energética.