Pronunciamento do Sr. Deputado Estadual Coronel Ubiratan na 115ª Sessão Ordinária da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo em 16 de agosto de 2006
Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, aqueles que nos assistem das galerias, nossos policiais militares sempre presentes, assomo à tribuna mais uma vez para falar do aspecto da segurança pública do Estado de São Paulo.
Temos visto o crescimento do crime organizado. Temos visto o crescimento do crime nos presídios e agora estamos presenciando atos de verdadeiro terrorismo. Verdadeiro terrorismo quando se seqüestra um jornalista e seu assistente para obrigar - esta é a palavra - uma rede de televisão a expor o que pretende, o que quer uma organização criminosa. Isso foi feito no tempo do terrorismo no nosso Estado, no país todo e nós conseguimos vencer. Essa é a grande verdade. E eu me enquadro naqueles que conseguiram vencer, que lutaram contra seu Carlos Lamarca, Mariguela, Genoíno e outros. Participei da luta, porque como oficial da ativa da Polícia Militar fui destacado para atuar no Vale do Ribeira e aqui em São Paulo no combate a essa guerrilha. Se os vencemos sem saber quem eram, grande parte deles camuflados, porque não vamos vencer agora, já que sabemos quem são? Sabemos quem são e onde estão. Por que perder essa guerra? Por que não retornarmos à disciplina, ao cumprimento das ordens?
Posso falar muito do sistema prisional, porque conheço quase todas as cadeias, CDPs deste Estado e fora dele. Tenho na minha lembrança, quando jovem ainda - segundo-tenente, com 20 anos, servindo no Regimento de Cavalaria -, fui fazer um serviço que me fora designado na Casa de Detenção. O diretor da Casa era o Sr. Fernão Guedes. Eu vi o que vou relatar. Fernão Guedes entrava a qualquer hora em qualquer lugar do presídio sozinho. Eu o acompanhei numa dessas inspeções. Aonde ele chegava o preso mais velho, que tinha um apito, apitava e todos paravam o que estivessem fazendo, levantavam-se e diziam: “Bom dia, Sr. Diretor!”, “Boa noite, Sr. Diretor!” Hoje, diretor de presídio não entra no seu presídio nem com a tropa de choque. E quando entra, arrisca-se a morrer, como morreu aquele delegado diretor do presídio de Jaboticabal. O que houve de lá para cá? A quebra da disciplina. Os presos, naquela época, não eram maltratados e nem violentados, havia disciplina. E se não houver disciplina, nada funciona, a exemplo da casa da gente. Se cada filho chega na hora que bem entende, a mulher vai e não volta, vira uma verdadeira anarquia. É exatamente o que aconteceu no sistema prisional. Por que cresceram? Porque deixaram. Por que estão dando ordens, matando e fazendo barbaridades? Porque não houve o devido enfrentamento e sim uma acomodação no combate à criminalidade.
Como já disse aqui inúmeras vezes, e faço questão de repetir, bandido só respeita uma coisa: força maior do que a dele. Não respeita discurso, não respeita palestra “sou da paz”, vou soltar pombinha, vou vestir branco, vou desarmar São Paulo. Ele não respeita nada. Só respeita força maior do que a dele. E quando essa força não é utilizada para enfrentá-lo, acontece o que estamos vendo agora: o nosso povo sofrendo atemorizado e nossos policiais morrendo. Alguma coisa séria e enérgica tem de ser feita para podermos voltar à tranqüilidade anterior. Muito obrigado, Sr. Presidente
Gabinete Deputado Estadual Coronel Ubiratan
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