Petrobras superfaturou contrato com GDK, diz TCU.
Tribunal ordena que estatal suspenda repasse de US$ 5,3 milhões a empreiteira.
Empresa que teve supostos benefícios irregulares em contratos com estatal deu um Land Rover a Silvio Pereira, ex-dirigente do PT.
O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou ontem à Petrobras a suspensão do pagamento de pelo menos US$ 5,3 milhões (mais de R$ 11 milhões, no câmbio de ontem) à GDK, empreiteira baiana que deu um jeep Land Rover ao ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira.
O valor representa uma parcela do maior contrato fechado pela GDK com a estatal no governo Lula, no valor de US$ 88,1 milhões (cerca de R$ 188,5 milhões), para a adaptação da plataforma de petróleo P-34 ao campo de Jubarte, no Espírito Santo. Após sucessivos atrasos, a plataforma deve ficar pronta no final do mês, diz a Petrobras.
Segundo o TCU, os pagamentos suspensos referem-se a supostos superfaturamentos ou irregularidades no contrato.
A Petrobras informou ontem que vai seguir a determinação do tribunal, mas avalia que novos esclarecimentos a serem encaminhados ao tribunal permitirão a liberação dos pagamentos à GDK. O diretor da área de serviços da estatal, Renato Duque, que ontem respondia pela presidência da empresa, nega que a Petrobras tenha tido prejuízo no negócio e disse que a estatal recorrerá da multa de R$ 10 mil aplicada a quatro funcionários responsáveis pelo contrato. A decisão do TCU não prevê mais recursos.
Segundo a equipe de auditoria do TCU, haveria indícios de superfaturamento no contrato com a GDK em mais de US$ 14 milhões. "Não bastasse isso, a equipe também aponta que as irregularidades no gerenciamento e fiscalização do contrato também teriam gerado pagamentos indevidos da ordem de US$ 2,9 milhões, evidenciando, ainda, potenciais prejuízos a Petrobras", diz o texto votado ontem no plenário do TCU.
A GDK já prestava serviços à Petrobras no governo Fernando Henrique Cardoso. Com a posse de Lula, os negócios entre a empreiteira e a estatal registraram queda, recuperada a seguir, supostamente com o apoio dos petistas Sílvio Pereira e Jaques Wagner, dizia relatório preliminar de auditoria enviado à CPI dos Correios.
Sílvio Pereira foi denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, como um dos 40 integrantes da "quadrilha" destinada a garantir a permanência do PT no poder.
Folha
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