O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), recém-nomeado sub-relator da CPI dos Sanguessugas, informou ontem estar investigando um novo caso de superfaturamento na compra de equipamentos pelo Ministério da Saúde. Segundo ele, há diferença de 49% entre o preço de fábrica e o pago pelo governo no pregão eletrônico número 77, realizado no ano passado, pelo qual foram adquiridos 1108 aspiradores de secreções para equipar as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Se a hipótese levantada por Redecker se confirmar, o Tesouro Nacional pagou R$ 1,08 milhão indevidamente.
O suposto superfaturamento dos aspiradores chegou à CPI por denúncia anônima. Ao recebê-la, Redecker colheu os dados do pregão e telefonou à fábrica — NS Equipamentos Médicos Ltda., de São Paulo. Foi informado que o aparelho custa R$ 2 mil. Como foi vendido ao Ministério da Saúde por R$ 2.980,00 cada, o parlamentar concluiu tratar-se de irregularidade. Mas o procurador da firma intermediária da venda (a Instrumental Equipamentos para Laboratório, de Brasília), Dozinete Calil, disse ao Correio que Redecker está desinformado. “Ele não sabe que pagamos 40% de imposto em cima do preço de fábrica, que pagamos à vista ao fabricante e levamos oito meses para receber do governo. O deputado deve estar querendo aparecer”, reclamou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário