23.8.06

MST AMEAÇA

MST faz ameaça em resposta a prisão de líder.
Jaime Amorim tem habeas corpus negado pelo TJ e movimento diz que militância de PE está "em alerta"
A direção estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Pernambuco promete realizar manifestações em todo o Estado contra a decisão tomada ontem pela Justiça de manter a prisão do coordenador nacional do movimento Jaime Amorim.
De manhã, em nota, o MST exigiu a libertação de Amorim e fixou prazo "até o final do dia" para a soltura. À tarde, o pedido de habeas corpus foi negado pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado Gustavo Augusto Lima. A decisão revoltou o movimento. "Toda a militância do MST em Pernambuco está, desde já, em alerta", ameaçaram, na nota, os sem-terra.
No fim da tarde, os líderes estaduais se reuniram para definir estratégias. A Folha apurou que, entre as mobilizações em estudo, estava um protesto simultâneo nas 14 regionais do MST estadual. Ações rápidas, como bloqueios de rodovias, tinham preferência a invasões.
Amorim foi preso anteontem, em Itaquitinga (a 84 km de Recife), após acompanhar o enterro de um dos dois dirigentes estaduais do MST mortos na manhã de domingo em um acampamento em Moreno (PE). A causa da prisão é um processo que apura a depredação do consulado dos EUA em Recife, em novembro passado.
O juiz da 5ª Vara Criminal de Recife, Joaquim Pereira Lafayete Neto, autor do pedido de prisão, argumenta que, em liberdade, o líder do MST "poderá colocar em risco a paz e a segurança de cidadãos de bem".
Inativo desde a invasão e depredação da Câmara, o MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra) anunciou adesão às manifestações. "Já comuniquei à direção do movimento que estaremos ao lado deles", disse o coordenador nacional do MLST, Bruno Maranhão.
Entidades ligadas aos direitos humanos também manifestaram solidariedade. Em nota assinada por 25 instituições, a prisão de Amorim foi classificada de "política". O MST acusa o governo de perseguir dirigentes e militantes sem-terra para tentar criminalizá-los.
O governo não quis se manifestar. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Fausto Freitas, disse que a Justiça não trata os processos sob os focos emocional e político, mas de acordo com a legislação vigente.
Folha

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