15.8.06

MTB previu

Ministro previa que PCC poderia praticar seqüestro
Grupo que reúne autoridades de segurança avaliou em encontro que facção partiria para esse tipo de crime

O governo federal já cogitava a possibilidade de o Primeiro Comando da Capital partir para o seqüestro em seus ataques. A suspeita de que a facção lançasse mão desse, e de outros tipos de crime, foi mencionada na quarta-feira passada, durante reunião do Grupo de Acompanhamento de Crise, formado pelas Polícias Federal e Rodoviária Federal, Forças Armadas, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Departamento Penitenciário Nacional e Agência Brasileira de Inteligência.

A informação foi revelada ontem pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. "Na última reunião que fizemos, essa ação foi especificamente aventada como uma das hipóteses, faz parte deste repertório de coisas dentro dessa luta", afirmou. O ministério não comunicou o governo do Estado sobre a possibilidade desse tipo de ação.

"Como vamos fazer para combater isso? Como estamos fazendo, integrando cada vez mais todas as forças de segurança", disse Bastos. O ministro ainda elogiou a atitude da TV Globo ao exibir, na madrugada de domingo, o vídeo preparado pelo PCC, exigência para liberar o repórter Guilherme Portanova, seqüestrado na manhã de sábado próximo da emissora, em São Paulo. "Foi uma decisão acertada. Decisão que coloca a vida do ser humano acima de qualquer outra consideração."

A saída para combater o crime organizado no Estado é, para o ministro, a "integração da Polícia Federal, Força Armadas e Sistemas Estaduais". "É uma luta de desgaste, de paciência, de aumento de ganho de eficiência", afirmou.

VIDEOCONFERÊNCIA
O ministro esteve ontem na superintendência da PF na capital paulista, de onde acompanhou o início de uma videoconferência com a Justiça de Londres para a investigação de tráfico de pessoas. Ao todo, seis testemunhas brasileiras serão ouvidas até sexta-feira.

"Hoje estamos tendo uma experiência extremamente importante para o combate ao crime, que é a integração em rede do sistemas judiciais e policiais ingleses e brasileiros. Este é o caminho para combater o crime organizado."

Bastos foi contra, em 2003, o uso da videoconferência para se ouvir presos, vetando a iniciativa apresentada por emenda a um projeto de lei para mudanças na Lei de Execuções Penais. Só o Estado de São Paulo gastou R$ 7,9 milhões em 2005 para transportar detentos para serem interrogados ou sentenciados.

EStadão

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