10.8.06

Lula na Rádio Capital

'Não vou levar desaforo para casa', diz Lula
Em entrevista à Rádio Capital, presidente minimiza importância de pesquisas

O presidente da República e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, avisou ontem que não vai "levar desaforo para casa", referindo-se a eventuais agressões que sofra de adversários no horário eleitoral. A declaração faz parte da estratégia do petista de tentar manter a retórica "paz e amor", usada na eleição de 2002, mas ao mesmo tempo atacar os adversários. A frase foi dita em entrevista à Rádio Capital, pela manhã. Lula falou por uma hora e dez minutos, ao vivo, do Palácio da Alvorada.

Ele sustentou que não pretende falar mal de ninguém durante a propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV, mas disse que não ficará calado se for atacado. "Não falarei mal de nenhum candidato, não falarei mal de nenhum governo, não levantarei denúncias contra ninguém", afirmou. "Só que não levarei desaforo para casa. Quem fala o que quer ouve o que não quer."

Lula se disse satisfeito com seu desempenho nas pesquisas, mas observou que não as considera definitivas. "Aprendi muito cedo a acreditar em pesquisa, mas eu não a trato como fato consumado", comentou Lula, um dia após os levantamentos do Datafolha e CNT/Sensus apontarem ampliação de sua vantagem sobre o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. "A pesquisa é fotografia momentânea. Hoje ela aparece de um jeito. Daqui a um mês ela vai aparecer de outro jeito, ou melhor ou pior."

Ao falar de estratégia, Lula disse que se comportou "com toda a paciência do mundo" durante o seu mandato. Também afirmou que, em eleições anteriores, não baixou o nível da campanha. "Já falaram baixarias e mais baixarias, já disseram até que iam me bater e eu fiquei quieto", disse, referindo-se ao seu período de governo. "Já disputei muitas eleições, fui atacado muitas vezes e, em nenhum momento, eu baixei o nível da campanha."

O presidente insistiu em que há muitas realizações para divulgar. "Eu tenho o que mostrar, eu tenho números, eu posso fazer comparações. Posso fazer comparações desde Getúlio Vargas até agora, para a gente ver o que aconteceu nesses quatro anos."
Estadão

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