6.9.06

Valei-me, Alborghetti!

Sei dizer palavrões, como Alborghetti, mas prefiro rosnar impropérios direto no ouvido.
No momento em que escrevo, domingo à tarde, ainda não sei se amanhã o pedido de impeachment presidencial apresentado pela empresária paulista Ana Prudente será lido da tribuna da Câmara, como exige a lei, ou será encoberto por densas camadas de silêncio e desconversa, como já se tornou de praxe. É o empreendimento mais sério e corajoso que já se tentou para acabar com a orgia petista (macheza, no Brasil de hoje, só de saias), mas não creio que chegue a tocar a sensibilidade moral dos parlamentares, que não têm moral nenhuma e são sensíveis como uma casca de tartaruga empalhada.

Caso venha a ser lido, provavelmente será abafado na mídia. Já nada espero, da quase totalidade das nossas lideranças políticas, militares, jornalísticas ou empresariais (não falo das intelectuais porque não existem) senão atitudes cada vez mais covardes e cínicas, numa progressão geométrica de abjeções jamais vista em parte alguma ao longo de toda a História da sem-vergonhice universal.

O povo não apenas consente em tudo, mas quase infalivelmente dará sua aprovação ostensiva ao estado de coisas, reelegendo essa criatura mentalmente disforme e fisicamente desprezível cujo traseiro ocupa a vaga que um dia foi de Juscelino Kubitscheck e Humberto Castelo Branco.

Os brasileiros desceram tanto que já não têm a medida de quanto se tornaram mesquinhos, torpes, miseráveis. Têm até o desplante de achar que são normais, que o restante da humanidade é igual a eles. A sujeira em que se meteram é tão funda, que já não sabem onde foi parar a superfície. Ouvem falar do dia claro e acham que é propaganda imperialista. Ficam com medo da escuridão que eles próprios geraram e, para fugir dela, fecham os olhos. O Pythecanthropus erectus já havia descoberto que isso não funciona, mas esse conhecimento, no Brasil de hoje, tornou-se um segredo esotérico só acessível a meia dúzia de iniciados.

Aúnica linguagem na qual ainda cabe falar deste país e do povo que o habita é a do repórter policial Luiz Carlos Alborghetti, um tipo admirável mas, infelizmente para mim, inimitável (confira em http://www.youtube.com/results?search_query>Alborghetti&search>Search).

Sei dizer palavrões, como ele, mas odeio gritar. Prefiro rosnar impropérios direto no ouvido dos destinatários, poupando de constrangimentos os circunstantes inocentes. Juro que, se encontrar por aqui algum ministro de Estado, deputado, senador, comandante militar, alto magistrado da Justiça ou o próprio sr. presidente, de preferência em alguma ocasião solene, na presença de autoridades americanas, puxarei o desgraçado a um canto e lhe lançarei em voz baixa, discreta, serena, educadíssima, insultos e maldições apocalípticas que nem mesmo existem na língua portuguesa e que inventarei especialmente para essa doce ocasião. Direi coisas tão horríveis que o próprio Alborghetti, se as ouvisse, coraria como donzela pudica.

Só não me sinto envergonhado de haver nascido no Brasil porque não tive a menor parcela de responsabilidade nesse infausto acontecimento. Meus antepassados portugueses e alemães, uns burros, achavam que estavam indo para a América.

Olavo de Carvalho é jornalista

3 comentários:

li stoducto disse...

gusta, não conhecia este tal de Alborghetti (que, pela ficha, é antigão na praça, mas como não vejo e ouço este tipo de programas...) mas saiba que como boa descendente de carcamanos adorei! :))))

quando xingo uso sarcasmo, ironia e o meu português mais escorreito, mas confesso que gostaria de ter coragem de usar o passionalismo e a insanidade provisória que me tomam quando vejo certas coisas desta nossa terra e tb do mundo!

às vezes me acho uma covardona por usar essa camisa de força hipócrita de "lapidação social" que nos impingem e nos tolhe. :))))

beijos

Anônimo disse...

Lulla só está ganhando e vai levar, devido a ignorãncia( no bom sentido) de grande parcela do Povo Brasileiro, culpa de todos governos passados( incluindo JK e Castelo Branco). par que no futuro as novas gerações tenham admistradores, gestores, com perfil de políticos, temos que investir maciçamente em educação- como bem diz o poeta brecht..." da ignorância e mãe do putas , políticos desonestos..." TENHO orgulho de ser Brasileiro... e geneticamente, temos traços de gens portugueses, alemães, índios , negros, ...todas as raças... que do caldo final, BRASILEIRO...Se o MULLA, está ganhando, é culpa nossa SIM, pois os BRASILEIROS menos AFORTUNADOS de SABER, que reelegerão lulla, dependem da força dos gritos, protestos e projetos daqueles, que enchem a boca para dizerem-se FILÓSOFOS e renegam seus COMPATRIOTAS E SEU PAÍS E BRASILIDADE...PODE TER EM SEUS ANCESTRAIS ALEMÃES , MOUROS,NEGROS OU INDIOS,mas é brasileiro, goste ou não, se não gosta da situação, arregace as mangas, e trabalhe para que novos LULLAS E PT's jamais apareçam.

Anônimo disse...

Lulla só está ganhando e vai levar, devido a ignorãncia( no bom sentido) de grande parcela do Povo Brasileiro, culpa de todos governos passados( incluindo JK e Castelo Branco). par que no futuro as novas gerações tenham admistradores, gestores, com perfil de políticos, temos que investir maciçamente em educação- como bem diz o poeta brecht..." da ignorância e mãe do putas , políticos desonestos..." TENHO orgulho de ser Brasileiro... e geneticamente, temos traços de gens portugueses, alemães, índios , negros, ...todas as raças... que do caldo final, BRASILEIRO...Se o MULLA, está ganhando, é culpa nossa SIM, pois os BRASILEIROS menos AFORTUNADOS de SABER, que reelegerão lulla, dependem da força dos gritos, protestos e projetos daqueles, que enchem a boca para dizerem-se FILÓSOFOS e renegam seus COMPATRIOTAS E SEU PAÍS E BRASILIDADE...PODE TER EM SEUS ANCESTRAIS ALEMÃES , MOUROS,NEGROS OU INDIOS,mas é brasileiro, goste ou não, se não gosta da situação, arregace as mangas, e trabalhe para que novos LULLAS E PT's jamais apareçam.