Lula divide palanque até com quem foi preso pela Polícia Federal
Envolvidos em escândalo estiveram com Lula em Belém
O palanque misto de PT e PMDB montado ontem em Belém para Lula reuniu políticos envolvidos em escândalos e suspeitos de desviar dinheiro público. Lula, no entanto, considerou a junção uma 'aula de pós-graduação em sociologia política'. Boa parte dos que ocuparam a frente do palco chegou a ser presa pela Polícia Federal.
Subiram ao palanque de Lula, entre outros, o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), preso por suposta fraude contra a extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e que integra o conselho político de Lula; o ex-senador Ademir Andrade (PSB-PA), preso na Operação Galiléia por suspeita de fraude em licitação da Companhia Docas do Pará; Paulo Rocha (PT-PA), envolvido no escândalo do mensalão, que teria recebido repasses de R$ 950 mil do empresário Marcos Valério e renunciou para fugir do processo de cassação; e o senador Luiz Octávio (PMDB-PA), vetado para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) porque é suspeito de desviar US$ 13 milhões do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na compra de balsas fantasmas.
O presidente citou Jader quatro vezes, sempre chamando-o de 'companheiro'. No início do discurso, saudou Ademir Andrade, presidente do PSB e aliado ao PT na disputa no Pará. Rocha, que ficara meio escondido no meio dos candidatos chamados ao palanque - aqueles que não ocupam a linha de frente do palco -, foi especialmente cumprimentado por Lula, que o achou e lhe deu um beijo.
'Eu queria saber se tem algum cientista político aqui assistindo esse comício ou se a imprensa vai registrar o que está acontecendo aqui hoje', disse Lula. 'Aqui não é um simples comício, é uma aula de pós-graduação de sociologia política, é uma coisa nova.' Lembrou que dois candidatos a governador estavam no mesmo palanque - Ana Júlia, do PT, e José Priante, do PMDB. Disse que já é hora de os dois partidos pararem com as brigas, porque o adversário comum é o PSDB.
'Não adianta o PC do B e o PT de um lado e PFL, PSDB e outras forças de direita reunidas do outro lado vendo a gente brigar', aconselhou o presidente. 'Podemos até ter os defeitos que eles querem que tenhamos, mas certamente são menores do que os deles. Fizemos mais pelo Brasil do que eles.'
Estadão
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