Em pauta
Watergate não é aqui
A edição 1975 da revista Veja é um panfleto eleitoral a serviço da candidatura Geraldo Alckmin. Um panfleto, não: 1.252.978 panfletos dedicados a atacar a candidatura Lula.
Segundo Veja, Lula pode ganhar as eleições, tanto no primeiro quanto no segundo turno; mas também pode vir a ter sua candidatura, sua posse ou seu mandato cassados.
Para tentar sustentar esta conclusão golpista, Veja compara a divulgação do dossiê Serra/Vedoin com o caso Watergate, que levou à cassação do presidente norte-americano Richard Nixon.
Esta comparação é historicamente incorreta. No caso Watergate, ficou provado que o presidente dos EUA, Nixon, obstruiu com mentiras e destruição de documentos a investigação de um crime.
No caso do dossiê Serra/Vedoin, as instituições do governo estão na vanguarda das investigações, tendo todo o apoio e o estímulo do presidente da República.
A revista Veja chega a afirmar que "Lula pode ser eleito" e "não poderá ser diplomado presidente e ficará inelegível por três anos. Novas eleições serão convocadas". Ou, ainda, que Lula poderá ter "o seu diploma cassado e não poderá exercer mais a presidência".
Noutras palavras: uma semana antes do primeiro turno, a revista semanal de maior circulação do país estimula abertamente um golpe contra a vontade popular.
Aquilo que não teve coragem ou disposição de fazer, em 2005, um setor da oposição parece estar disposto a tentar agora.
Ou porque sabe que eleitoralmente não há como nos derrotar. Ou porque acredita que, agindo desta forma, pode levar a eleição para o segundo turno. Ou, ainda, porque quer criar o máximo de dificuldades para o segundo mandato de Lula.
Como se vê, não está em jogo apenas a eleição de Lula, ou de nossos candidatos majoritários e proporcionais em todo o país. Está em jogo a democracia, que inclui o elementar direito do povo escolher o presidente da República.
Em defesa da democracia, precisamos ampliar ao máximo a mobilização em favor da reeleição de Lula. Reforçar as nossas candidaturas ao governo, senado, deputados federais e estaduais. E ficar vigilantes, pois a oposição conservadora tentará lançar mão de todos os meios contra nós.
Contra o golpismo da direita, a força do povo.
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