19.9.06

MTB falou

Bastos: PF não vai permitir uso eleitoral do caso do dossiê

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta segunda-feira, no Rio, que em nenhum momento a Polícia Federal permitirá o uso eleitoral do caso do dossiê da máfia das ambulâncias que supostamente incriminaria o candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, José Serra, ex-ministro da Saúde. O dossiê seria vendido a militantes do PT, que foram presos num hotel de São Paulo com R$ 1,7 milhão. Em coletiva na saída do Centro Cultural da Justiça Federal, o ministro preferiu exaltar o trabalho da Polícia Federal e a credibilidade da instituição junto à sociedade. O ministro também enfatizou que "não há ninguém acima da lei" que não possa ser investigado, mas não citou nomes.

- A Polícia Federal atua dentro do padrão de trabalho que vem desenvolvendo nesses três anos e meio, em quase 300 operações bem sucedidas. A PF detectou o fato criminal e tomou todas as providências. Prendeu as pessoas, ouviu e agora está fazendo a investigação. é preciso que seja uma investigação cuidadosa, é preciso encontrar os autores, saber de onde saiu esse dinheiro.

Bastos citou o momento político como causa da euforia dos senadores Tasso Jereissati e Jorge Bornhausen, presidentes do PSDB e PFL, respectivamente, na tentativa de incriminar o governo, por causa do suposto envolvimento de um segurança de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tasso e Bornhausen também estiveram no Rio para representar contra o PT. Entregaram ao presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, cópia da representação conta o PT. Bornhausen chegou a dizer que não confia "na imparcialidade de Bastos na investigação".

- Nesse momento em que a atmosfera eleitoral está incendiada, principalmente com a grande vantagem do presidente Lula nas pesquisas. Faltando 15 dias para a eleição, é muito difícil manter a calma e a serenidade, é muito difícil trabalhar com impessoalidade e objetividade. A crítica de Bornhausen também faz parte da atmosfera eleitoral. Eu também poderia dizer que não confio no senador Bornhausen. Não vou dizer. O que digo é que a PF é credora da população brasileira. Sempre com impessoalidade, sem perseguir e proteger. Basta ver o número de vezes em que foram atingidos, investigados, denunciados e indiciados pessoas ligadas ao governo Lula.

Bastos confirmou que conversou hoje de manhã com o presidente Lula, antes de ele embarcar para os Estados Unidos. Segundo o ministro, Lula confia no assessor e segurança que foi citado na denúncia de envolvimento no dossiê.
JBOnline




- Lula usou a expressão "não contem comigo pra fazer uso eleitoreiro". Ele não acredita no envolvimento de Freud Godoy no caso, mas tudo será investigado.




Para mostrar a isenção que a PF adotará no caso, sem fins eleitoreiros, Bastos lembrou do dossiê Cayman em 2002, que supostamente incriminaria José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em lavagem de dinheiro.




- Lula recebeu e se recusou a usar.

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