12.6.07

Morelli, o "amigão"

— Dario Morelli, preso e apontado pela Polícia Federal como o dono de uma casa de jogos em Ilhabela (litoral norte de São Paulo) e ligado a Nilton Cezar Servo — um dos líderes de quadrilha que pagava propina para manter bingos em funcionamento —, foi motorista e segurança de Luiz Inácio Lula da Silva e considerado uma espécie de “faz-tudo” da família do presidente da República. Lula é compadre de Morelli e batizou um de seus filhos.

Tanta era a proximidade que, em novembro do ano passado, Morelli foi quem registrou um boletim de ocorrência na polícia sobre um furto de 300 metros de cobre de um sítio na Estrada da Cocaia, em Riacho Grande, município de São Bernardo do Campo (ABC paulista), de propriedade do presidente Lula. Em novembro de 2003, também comunicou à polícia o furto de um celular da primeira-dama Marisa Letícia da Silva. Ele também é amigo de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Lula, que teve a casa vasculhada e foi indiciado pela PF porque teria pedido dinheiro a Nilton Servo para, supostamente, defender interesses dos donos da jogatina junto ao governo.

Morelli foi segurança e motorista de Lula na campanha de 1994. Passou ainda pelo Instituto Cidadania — a ONG petista comandada por Lula —, atuou em campanha da ministra do Turismo e ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, foi funcionário da

Secretaria de Habitação de São Paulo na gestão da então petista Luiza Erundina, entre 1989 e 1991; trabalhou para a bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo, de 1999 a 2002, e também para José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado), no mesmo ano de 1994.

A partir de 2002, Morelli ocupou cargos na prefeitura petista de Diadema, também na região do ABC, comandada por José Fillipi Junior, o tesoureiro da campanha de Lula à reeleição para a Presidência da República. Ultimamente, era assessor técnico de diretoria da Companhia de Saneamento de Diadema (Saned).

Morelli é também sócio de uma locadora de automóveis chamada Servip Serviço de Distribuição, localizada na Chácara Santo Antônio, Zona Sul de São Paulo, que prestou serviços para a campanha do candidato petista ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante. Na Junta Comercial de São Paulo, a empresa Servip, de Morelli, aparece com seis títulos protestados — no valor total de R$ 2,2 mil —, e registros de sete cheques emitidos sem fundos.
Correio Brasiliense

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