27.6.07

Mais que obras, PAC traz ganho político a Lula

No lançamento do PAC, em janeiro, prometeu-se um investimento de R$ 40 bilhões em saneamento básico. Cinco meses depois, o número já passou para R$ 50 bilhões -e, dependendo da conta, vai a R$ 75 bilhões.
As obras, porém, estão longe de conseguir acompanhar a aceleração das cifras. O saneamento teve de ficar escondido no balanço oficial de cem dias do Programa de Aceleração do Crescimento, porque os projetos nem sequer haviam saído da análise.
Com a soma heterodoxa de previsões orçamentárias diversas, expectativas de empréstimos com recursos dos trabalhadores e projeções de investimentos privados, tudo isso multiplicado por quatro anos, o PAC produz números que a experiência recente recomenda duvidar.
Na campanha de 2006, por exemplo, o presidente Lula gabava-se nos primeiros debates de ter investido R$ 10 bilhões em saneamento no primeiro mandato -e o valor já estava superfaturado.
Em meio a empecilhos burocráticos, legislação confusa e limites legais para o endividamento de Estados, o desembolsado no primeiro governo petista não chegou à metade do total previsto.
Mesmo providências mais simples ainda estão por ser tomadas. Nem sequer foi incluída no Orçamento, até o momento, a previsão de gastos a fundo perdido de R$ 1,8 bilhão anunciada em janeiro.
Mas só a promessa de verbas torna o PAC um sucesso político, como mostram os acordos com os tucanos José Serra e Aécio Neves.
Folha

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