1.2.06

Paulo Okamoto

O MEDO DE OKAMOTO É PREOCUPANTE
Decisão do STF aumenta suspeita sobre o amigo do Presidente Lula


O Deputado José Carlos Aleluia, considerou preocupante a negativa do Presidente do Sebrae e amigo do Presidente da República, Paulo Okamoto, de abrir as informações sob sigilo à investigação sobre a origem do dinheiro utilizado por ele para pagar as contas de Lula.

A quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico permitiria determinar a origem do dinheiro e estabelecer a verdade sobre a motivação que teve Okamoto para pagar uma conta de R$ 30 mil sem sequer comunicar isso ao beneficiário, o próprio Lula.

Aleluia admitiu que as investigações na CPI vão ser prejudicadas com a liminar que impede o acesso aos sigilos do presidente do Sebrae. “Evidentemente que vai dificultar as investigações. O que me preocupa é o fato de o senhor Okamotto ter medo de quebrar o seu sigilo, o que leva a uma suspeita muito forte”, disse.

É preocupante também a falta de transparência no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que teria evitado a divulgação de informações referentes às movimentações bancárias de Okamotto.

OKAMOTO ERA O GERENTE DO PT
Aumentam suspeitas de que o amigo do presidente controlava o caixa 2

Paulo Okamoto era gerente dos recursos do PT, segundo depoimento prestado a uma comissão de ética do partido em 1997, durante o chamado caso CPEM, pelo hoje chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho. O cargo informal do amigo do presidente é lembrado em reportagem publicada hoje no Estado de São Paulo.

A Comissão perguntou a Carvalho se Okamoto atuava "na parte de recursos". Carvalho respondeu assim: "Ah, com certeza, com certeza ele dava uma mão nessa área, com certeza. Eu diria mais do que finanças, ele é uma espécie de gerente, porque a relação com o pessoal, é ele que faz, com pessoas do partido, essa coisa de contratar".

Carvalho prestou dois depoimentos internos sobre o caso CPEM, a duas comissões de ética. No primeiro, em 14 de novembro de 1997, referiu-se a Okamotto como um dos "coitados" que recebia a tarefa "difícil" de correr atrás de recursos.

Carvalho não é o único a fazer referências sobre a movimentação de Okamoto no momento em que não tinha qualquer cargo oficial do partido. A outra a fazê-lo foi a então prefeita de São José dos Campos, Ângela Guadagnin, hoje deputada federal do partido.

PROTEÇÃO A OKAMOTO GERA SUSPEITAS
Liminar foi o sinal para aprofundar as investigações


A decisão do Presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, de suspender a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, indicou o caminho das investigações da CPI dos Bingos. A decisão do ministro Jobim, criticada em editoriais publicados hoje na imprensa, adia por alguns dias essa investigação sobre a fonte dos recursos utilizados para o pagamento de dívidas do Presidente da República.

O PFL vai sugerir à CPI dos Bingos que vote, ainda hoje, uma nova representação – a ser encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) - solicitando a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do presidente do Sebrae e amigo do presidente Lula, Paulo Okamotto. “Não cabe a mim discutir a decisão do Supremo, até porque não se contesta uma decisão do STF. Pode-se recorrer e é isso que vamos fazer”, adiantou o líder.

“Vamos apresentar argumentos concretos, consistentes ao STF para essa quebra de sigilo seja realizada. Vamos nos fundamentar nos depoimentos de pessoas que já estiveram na comissão porque essa liminar dificulta, sobremaneira, as investigações”, disse Agripino.