Presidente do Sebrae afirma por meio de advogados que acesso da CPI às suas contas não provará o pagamento de dívida de Lula com o PT
Quebra de sigilo será ineficaz, diz Okamotto
Em nova tentativa de barrar o acesso do Congresso às suas contas, o amigo de Luiz Inácio Lula da Silva e presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, disse que a quebra de seu sigilo bancário não provará que foi ele quem pagou dívida de Lula com o PT.
"Como a quebra do sigilo bancário (...) poderá comprovar que saiu de suas contas recurso para o pagamento efetuado se esse foi feito em dinheiro? A quebra do sigilo não provará nem a existência nem a inexistência dos pagamentos", diz documento apresentado anteontem por seus advogados ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Desde que assumiu a responsabilidade pela quitação da dívida do amigo, Okamotto insiste que o dinheiro saiu de suas contas.
Segundo a Folha apurou, a quebra do sigilo bancário não revelaria saques com os mesmos valores ou em datas próximas ao pagamento da dívida do presidente.
A dívida de R$ 29,4 mil de Lula foi registrada na prestação de contas do PT de 2003 e seu pagamento, feito em quatro parcelas, entre dezembro de 2003 e março de 2004, nos últimos dias desses meses. Sempre em dinheiro, os depósitos foram feitos em quatro agências bancárias de São Paulo, em nome do presidente.
Diante da suspeita investigada no Congresso de que o dinheiro destinado a quitar a dívida teria saído do caixa dois do PT, Okamotto assumiu o pagamento, em agosto passado.
Em depoimento à CPI dos Bingos em novembro, o presidente do Sebrae não apresentou comprovantes dos saques em dinheiro. À Folha Okamotto disse, na ocasião, não dispor das datas nem dos valores dos saques.
A quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal de Okamotto já havia sido aprovada pela CPI dos Bingos, mas foi suspensa por liminar concedida pelo presidente do STF, Nelson Jobim, no final do mês. Um novo pedido foi protocolado ontem pelo senador Antero Paes de Barros.
FSP
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