5.2.06

Telefone laranja!

República de Ribeirão Preto usava ‘telefone laranja’

Do telefone de um motorista autônomo de Brasília foram feitas centenas de ligações para empresários e integrantes do primeiro escalão do governo. O registro das ligações mostra que o motorista se comunicava quase diariamente com Ademirson Ariovaldo da Silva, secretário particular do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Foram 510 ligações entre os dois em três horas e dez minutos de conversa. A CPI dos Bingos descobriu que o motorista era um laranja dos integrantes da República de Ribeirão Preto, que usavam telefones registrados no nome do motorista para evitar que suas ligações fossem rastreadas.

A CPI acredita que o telefone tenha sido usado por Rogério Buratti, que foi secretário de Governo de Palocci em Ribeirão Preto. Foram 105 ligações do telefone supostamente usado por ele para um celular registrado em nome da Presidência.

Número era usado por Ademirson e Palocci

O número era usado, segundo o Ministério da Fazenda, por Ademirson, mas Palocci também recebia ligações no aparelho. Na transição de governo, o próprio Palocci forneceu o número a uma jornalista. O motorista, que prestava serviço para ex-assessores de Palocci quando eles estavam em Brasília, contou que em 2003 o economista Vladimir Poleto lhe pediu documentos para que habilitasse um telefone em seu nome. Mas Poleto habilitou quatro linhas, que foram usadas intensamente em 2003 e 2004.

Informado das outras linhas em seu nome, o motorista reconheceu os números: foram usados por Poleto e por Ralf Barquete, secretário de Fazenda de Palocci. Na quinta-feira, o motorista disse que não é dele o número que travou intensa comunicação com o secretário do ministro, mas não fez revelações.

— Não é meu, mas não sei mais de nada — disse, irritado.

A cafetina Jeany Mary Corner, cujo telefone aparece com mais de 50 ligações, diz que o número era usado por Buratti.

Ontem na Delegacia Seccional de Ribeirão Preto, Buratti repetiu suas acusações, afirmando que havia um acordo entre Palocci e Gilberto Maggioni, que administraram a prefeitura da cidade entre 2001 e 2004, para pagar R$ 2 milhões por mês ao Grupo Leão Leão pela coleta e varrição de lixo. Buratti, que foi vice-presidente da empresa, depôs no inquérito que apura corrupção nos contratos. Palocci nega as acusações de Buratti.

Um comentário:

Anônimo disse...

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