Na piada, novo flerte com a gafe
Diante de etíope, Lula conta anedota que deprecia camelo
A empolgação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em defender o fim do consenso nas decisões da Organização Mundial do Comércio (OMC) provocou um sorriso amarelado pelo menos em um de seus colegas, o primeiro-ministro etíope Meles Zenawi. A razão foi a anedota narrada por Lula para gerar uma reação positiva dos jornalistas que acompanharam a Cúpula da Governança Progressista, ontem, em uma reserva natural a cerca de 60 quilômetros de Pretória.
Lula contou que um comitê havia concluído que, por consenso, poderiam tornar a figura do cavalo, criado por Deus, mais perfeita. "Quando terminaram a discussão, ao invés do cavalo bonito que Deus tinha feito, eles fizeram um camelo", afirmou, sem se dar conta que o camelo é um animal tão natural e útil na Etiópia quanto o cavalo nas planícies gaúchas.
O presidente havia passado a noite na reserva, como hóspede do Resort Didimala. Participou da reunião pela manhã, do almoço e da entrevista aos jornalistas vestido com uma bata de linho preta, com corte tradicional na África do Sul. A roupa foi um presente de Thabo Mbeki, o presidente sul-africano e seu anfitrião, que se dispôs a compor "um par de vasos" com Lula e trajar um modelo igual.
CRISTÃO
Na entrevista, o presidente brasileiro ainda deu um toque politicamente duvidoso ao misturar religião às negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio. "Eu, como cristão, sou muito otimista. Acho que haveremos de mexer nos corações dos dirigentes políticos e fazê-los olhar os países mais pobres e não só os interesses dos países mais ricos", afirmou, sem o cuidado de antes verificar a convicção religiosa dos demais.
Alegando que deveria tomar seu helicóptero antes de a chuva cair, Lula pediu licença para deixar a entrevista coletiva e partir para o Brasil.
Precipitou, com esse gesto, o encerramento do encontro. Mbeki imediatamente informou que a cúpula estava encerrada e nenhum dos líderes pôde ser interrogado se concordava ou não com a proposta de Lula sobre o consenso.
O presidente Lula fechou ileso e com bom humor seu trajeto pelos quatro países da África, orgulhoso da dieta que aliviou seu perfil. Nessa última etapa, três de seus ministros debandaram para o Brasil. Restaram apenas Celso Amorim, das Relações Exteriores, e Ciro Gomes, da Integração Nacional, que embarcaram com ele de volta a Brasília. A vítima de seu quinto roteiro pela África foi o secretário de Imprensa e porta-voz do Planalto, André Singer, que contraiu uma infecção intestinal e ficou com os lábios cobertos de feridas depois de provar um peixe frito em Cotonou, Benin.
Estadão
2 comentários:
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