8.6.06

O valor do protesto

MLST teria gasto mais de R$ 80 mil para organizar protesto

Uma agenda apreendida com integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), que participaram da invasão ao Congresso , revela que R$ 83 mil teriam sido gastos para organizar a manifestação. De acordo com reportagem do "Jornal Hoje", a polícia afirma que a agenda pertencia ao líder do movimento, Bruno Maranhão. A verba seria usada para transporte, hospedagem, alimentação, água e até aluguel de um carro. Segundo a polícia, a invasão foi premeditada .

Segundo a reportagem, em uma das anotações, Maranhão pede que uma mulher identificada apenas como Raquel cobre do PT "os números do PT e o orçamento de passagens". Em telefonema para o MLST, uma funcionária informou que Raquel é secretária de Bruno Maranhão.

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse, por sua vez, que o partido não faz doações para movimentos sociais e que o MLST não pediu dinheiro ao diretório nacional do partido para a manifestação em Brasília.

Os manifestantes presos durante os ataques - que deu um prejuízo de R$ 100 mil em danos materiais - já estão na casa de custódia do complexo penitenciário da Papuda.

A Polícia Federal, no entanto, deve pedir ainda nesta quinta-feira à Justiça o relaxamento da prisão de mais de 400 sem-terra que participaram da invasão ao prédio da Câmara dos Deputados na terça-feira. Para a PF, o suficiente para o inquérito é a manutenção da prisão dos líderes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e dos manifestantes que participaram mais ativamente do quebra-quebra. Com isso, cerca de 40 pessoas devem continuar presas no presídio da Papuda. A PF assumiu nesta quinta-feira as investigações, que até então estavam a cargo da Polícia Legislativa.
A investigação sobre os distúrbios foi transferida para a Polícia Federal depois de uma intervenção do Ministério Publico Federal. Segundo procuradores que acompanham o caso, a segurança da Câmara não teria competência jurídica para determinar a prisão dos manifestantes. Para o delegado da Polícia Civil que auxiliou nos interrogatórios, Antonio Coelho, o impasse não pode provocar a libertação dos presos.

- Isso é uma desmoralização para o poder público - afirmou.

Globo