21.6.06

Brasil quer exportar urânio

Brasil quer exportar urânio até 2009
Atualmente, o Brasil produz 400 toneladas por ano de urânio e deverá triplicar essa produção nos próximos três anos, passando para 1,2 mil toneladas por ano. Segundo as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a produção atual é suficiente para atender as demandas das usinas de Angra 1 e 2, mas o país poderá ser um importante exportador a partir de 2009.

No momento, o país explora apenas a mina de Caetité, na Bahia. Nos próximos meses, deverá entrar em atividade a mina de Santa Quitéria, no interior do Ceará. A previsão da INB é que a mina possa produzir 800 toneladas/ano de urânio, triplicando a produção nacional do minério.

Se o Brasil alcançar essa meta, se tornará o quinto maior produtor de matéria-prima, ficando atrás do Canadá, com 12 mil toneladas; Austrália, com seis mil; Cazaquistão, com quatro mil e Rússia, que produz entre três e quatro mil toneladas de urânio por ano.

O objetivo da INB é que as duas minas abasteçam ainda a futura usina nuclear de Angra 3. O governo ainda não decidiu se vai tocar a obra paralisada há duas décadas.

Se os planos derem certo, a INB pretende exportar o excedente de 400 mil toneladas de urânio. Para tanto, o governo terá de mandar ao Congresso, projeto alterando a legislação interna, além de obter a autorização da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A AIEA costuma autorizar a venda de urânio para países que o utilizam para fins pacíficos. China e Japão seriam os primeiros prováveis compradores do urânio brasileiro.

De acordo com a INB, o urânio produzido no país é usado em pesquisas médicas, agrícolas e na geração de energia para as usinas de Angra dos Reis (RJ). A energia nuclear representa apenas 2,2% da matriz energética brasileira. As hidrelétricas respondem por 70% da geração de energia no país.

O governo já investiu US$ 100 milhões na mina de Poços de Caldas (MG), US$ 10,2 milhões na mina de Caetité (BA) e poderão ser investidos outros US$ 150 milhões na mina de Santa Quitéria, onde também haveria reservas de fosfato.
www.inforel.org

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