12.6.06

Entrevista

Empresário diz que seguiu as instruções
Ivo Morganti Júnior, 49, duvida que Márcio Thomaz Bastos tenha negado ter sido o beneficiário de uma remessa ao exterior de US$ 4 milhões em 1993:

FOLHA - O sr. foi informado do que ocorreu?
IVO MORGANTI JR. - Fiz uma remessa para o exterior, a título de pagamento para o advogado, os honorários do advogado. Foi isso.

FOLHA - Essa remessa que o sr. fez ao ministro, o sr. declarou no Imposto de Renda?
MORGANTI JR. - Sim.

FOLHA - Thomaz Bastos deu algum comprovante ao sr.?
MORGANTI JR. - Eu imagino que sim, não fui ver a contabilidade recentemente, porque isso está no arquivo. Entenda: não peguei o dinheiro do meu caixa para ir depositar na conta A ou B. Procurei um banco, e o banco encaminhou.

FOLHA - Como o sr. sabe que a conta era de Thomaz Bastos?
MORGANTI JR. - Tanto eu quanto Márcio mantínhamos conta nesse banco. (...) Quem cuidou das minúcias não fui eu. Eu digo assim ao banco: "Você me empresta dinheiro?". "Empresto." Agora encaminhe para a conta do Márcio Thomaz Bastos.

FOLHA - Essa negativa do ministro, como o sr. a recebe?
MORGANTI JR. - Gostaria de ler a negativa. Volto a dizer, o Márcio é meu amigo. De qualquer forma, isso não vai mudar a verdade. Você sabe disso, e o Márcio também sabe disso. Tenho certeza de que ele não encaminharia a você um documento que não reproduzisse fidedignamente aquilo que ocorreu.

FOLHA - E o que ocorreu foi o pagamento de honorário?
MORGANTI JR. - Foi.

FOLHA - Ele confirma o que sr. disse da conversa em 2003? MORGANTI JR. - Ele me pediu para ir depor, e eu fui.

FOLHA - O delegado ficou em dúvida, talvez não tenha perguntado diretamente se o dinheiro era para os honorários.
MORGANTI JR. - Como é que vou responder um negócio, num inquérito, se a pessoa não perguntou?

FOLHA - Quando Bastos lhe disse para enviar o pagamento ao exterior, como ocorreu?
MORGANTI JR. - Ele falou comigo: "Me pague em tal conta". E aí acabou a história. Eu falei: "Tá bom".
Folha

Nenhum comentário: