12.6.06

MTB nega

Ministro nega ter recebido US$ 4 mi de engenheiro em 1993
Bastos afirma que todas as suas movimentações são legais e estão registradas no Banco Central e declaradas à Receita
Ministro nega ter tido conta bancária em Liechtenstein e sustenta que Ivo Morganti Jr. pagou seus honorários com uma propriedade rural

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, negou, por meio da assessoria do ministério, que tenha recebido US$ 4 milhões no exterior no ano de 1993. Procurado desde a última quarta-feira, ele preferiu não conceder entrevista à Folha.
Segundo a assessoria, a primeira movimentação financeira do ministro no exterior ocorreu em novembro em 1994.
No ano passado, após ser acusado pelo doleiro Antonio Claramunt, o Toninho da Barcelona, de enviar recursos ao exterior de forma ilegal, Bastos enviou à Procuradoria Geral da República e distribuiu entre parlamentares da CPI dos Correios um dossiê com um histórico de suas movimentações financeiras no exterior.
No dossiê, informou ter recebido dinheiro no exterior somente a partir de 1994, investindo sempre no banco UBS (Union of Banks of Switzerland), na Suíça. O primeiro e único repasse daquele ano teria somado apenas US$ 212 mil. Leia a seguir a íntegra da nota divulgada na sexta-feira: (RV)
"O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, informa por meio da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça que todas as suas movimentações financeiras são legais, foram registradas, com o devido recolhimento ao fisco, como consta na sua declaração de Imposto de Renda. Thomaz Bastos não teve movimentação financeira no exterior em período anterior ao mencionado [1994].
A ACS-MJ reitera que o inquérito mencionado foi instaurado pela Polícia Federal por solicitação de Thomaz Bastos, conforme portaria do DPF [Departamento da Polícia Federal], para apurar suposta "ação criminosa, com o intuito de praticar extorsão", envolvendo o nome do ministro. Thomaz Bastos foi alertado da suposta ação por um órgão de imprensa e tomou a providência imediata de solicitar que a Polícia Federal apurasse os fatos. Posteriormente, a averiguação foi arquivada, atendendo à petição da Procuradoria Geral da República, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, publicada no "Diário Oficial da União", em 12 de maio de 2004.
O ministro esclarece ainda, por meio da assessoria de comunicação, que fez um pronunciamento por escrito à Procuradoria sobre o episódio. O conteúdo encontra-se anexado ao processo, que teve o caráter sigiloso decretado. O ministro informa também que nunca teve conta bancária ou esteve no principado de Liechtenstein.
Thomaz Bastos desconhece a existência de operações bancárias de Ivo Morganti, mencionadas no e-mail [enviado pela Folha], e informa que quando representou o senhor Morganti teve seus honorários devidamente remunerados por meio de dação em pagamento de propriedade rural, efetivada em 1990, com todo o procedimento devidamente declarado e regularizado. O ministro desconhece as supostas declarações de Morganti citadas no e-mail enviado pelo jornalista e, portanto, não teria como explicá-las ou justificá-las, já que, mesmo que concedidas em sã consciência, não têm fundamento diante dos fatos informados anteriormente.
Durante a apuração da Polícia Federal, Thomaz Bastos, interessado na elucidação da verdade, solicitou a Morganti que esclarecesse os fatos à PF. O ministro não se recorda se a solicitação foi feita diretamente a Morganti ou a seus advogados devido ao tempo decorrido e ao fato de ter mantido poucas conversas com Morganti desde que o representou".
Folha

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