14.6.06

Agora são vítimas

"O Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) denunciou ontem que a Polícia Militar de Brasília e a Polícia Legislativa torturaram militantes do grupo e adotaram um regime de 'campo de concentração' no tratamento aos 42 supostos líderes do movimento que estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda.
Os coordenadores do movimento decidiram tentar libertar hoje os militantes presos impetrando habeas corpus individuais. O MLST exige a imediata libertação dos detidos, denunciou os abusos, arbitrariedade e torturas às organizações internacionais de Direitos Humanos e vai processar por perdas e danos morais a Câmara. O MLST denunciou ainda que até crianças foram espancadas, torturadas e sofreram maus-tratos dos policiais. Segundo relato do movimento, os presos 'ficaram sentados na mesma posição o dia inteiro sem poder dormir e apanhavam se cochilassem'. Para irem aos banheiros, segundo a direção dos sem-terra, 'eram obrigadas a ficar ajoelhados em uma fila, além de não terem sido agasalhados adequadamente'. (...)
O MLST também denunciou que mulheres foram agredidas com beliscões nos seios e ofensas de caráter sexual. 'Dos 540 companheiros do MLST detidos, 42 continuam presos na Papuda. Alguns líderes foram enquadrados por tentativa de homicídio', afirma nota do MLST.
O coronel Antônio Serra, comandante de Policiamento Regional Metropolitano da PM, contestou as denúncias do MLST. Segundo ele, toda a ação dos PMs foi acompanhada por representantes da OAB, da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e do Ministério Público Federal, além de órgãos de imprensa. 'Por que só agora aparece essa história? Eles estão desmoralizados perante a sociedade e, agora, tentam desacreditar o trabalho das autoridades', afirmou o coronel Serra."
Correio Brasiliense