14.6.06

Mais um da quadrilha

Pedida a prisão preventiva de ex-secretário de Marta
Jilmar Tatto é acusado de prevaricar e favorecer formação de quadrilha; ele nega


Para a polícia de Santo André, ele autorizou que perueiros suspeitos de ligação com o PCC fossem para outra cooperativa

A polícia de Santo André (Grande ABC) pediu ontem à Justiça a prisão preventiva de Jilmar Tatto (PT), ex-secretário municipal de Transportes de São Paulo na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy.
Segundo a polícia, um termo de permissão assinado pelo então secretário em 2003 autorizou que parte dos perueiros da Transmetro -cooperativa extinta do sistema em 2003 sob suspeita de ligação com o crime organizado- fosse realocada na garagem 2 da Cooper-Pan, operadora legal da zona sul que tem 1.380 lotações em 103 linhas.
O pedido de prisão foi feito pela Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) de Santo André e encaminhado à juíza da 2ª Vara Criminal da cidade, Aparecida Angélica Correia Nagao.
Para a Dise, que encaminhou ontem à Justiça o inquérito que apura a ligação da garagem 2 da Cooper-Pan com o PCC (Primeiro Comando da Capital), Tatto teria prevaricado (artigo 319 do Código Penal) e favorecido formação de quadrilha (art. 288) ao permitir que perueiros ligados a uma empresa suspeita de lavar dinheiro para o crime organizado voltassem a prestar serviço à população.
Tatto nega ter influenciado na redistribuição de perueiros no sistema (leia texto ao lado).
A polícia também pediu a prisão preventiva de Luiz Carlos Pacheco, o Pandora, presidente da Cooper-Pan. Preso em caráter temporário há nove dias, Pandora nega ligação com o PCC e disse em depoimento à Dise de Santo André, no dia 6, que foi obrigado por Tatto a encampar os perueiros da Transmetro na garagem 2 da empresa. Ele também afirmou "ter ouvido falar" da influência da facção criminosa na garagem 2 da cooperativa.
Pandora e outros dois dirigentes da Cooper-Pan foram indiciados por formação de quadrilha. Um deles, Paulo Sirqueira, é o diretor da garagem 2 -de onde teria saído o dinheiro para financiar uma tentativa de resgate frustrada de um seqüestrador ligado ao PCC. A ação ocorreu no dia 5 de março na cadeia de Santo André.
Segundo a polícia, a ordem para liberar o dinheiro foi dada por Antônio Müller Júnior, o Granada, ex-presidente da Transmetro e preso desde 2003 sob suspeita de favorecer o PCC.
No dia 20 de abril, a suspeita da ligação da garagem 2 com o PCC aumentou após a polícia apreender armas e um estatuto da facção na empresa.
Agora

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