O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse ontem em depoimento à Polícia Federal que, em 2002, em transação intermediada por seus assessores de campanha, tomou emprestados R$ 3 milhões de Lúcio Bolonha Funaro, ex-sócio da corretora Guaranhuns.
À CPI do Mensalão, em agosto do ano passado, Valdemar disse não ter relações com a Guaranhuns. Ante da comissão, afirmou que por conta do acordo com o PT para as eleições de 2002, teria recebido um cheque nominal à corretora, que posteriormente foi trocado por dinheiro.
A Guaranhuns é investigada no inquérito do "mensalão" sob a suspeita de ter lavado parte do dinheiro que irrigou o "valerioduto". Lúcio Bolonha Funaro fundou a empresa em 1999 e diz tê-la vendido em 2001.
Segundo o empresário Marcos Valério de Souza, a Guaranhuns teria recebido R$ 6,5 milhões destinados a Valdemar. Ele nega a versão do cheque apresentada pelo presidente do PL.
Por meio de sua assessoria, Valdemar disse não haver contradição entre o que contou à PF e à CPI do Mensalão. Afirmou que, em 2002, para fazer face às despesas da campanha presidencial, seus assessores tomaram empréstimo de R$ 3 milhões com um "agiota". Não seria de seu conhecimento, na ocasião, relação do dinheiro com a Guaranhuns ou com o economista Lúcio Bolonha.
Depois, Valério, por conta do acordo com o PT, teria negociado a dívida de Valdemar com a corretora, o que explicaria o registro do nome do presidente do PL na contabilidade do "valerioduto".
Ainda segundo a assessoria, Valdemar não se referiu ao empréstimo na CPI porque não teria sido questionado. Quando isso aconteceu, diante dos policiais, teria revelado a transação. Ontem, reafirmando versões anteriores, o presidente do PL disse à PF que o empréstimo tomado com o "agiota" teria sido integralmente direcionado para o pagamento de dívidas de campanhas políticas.
Valdemar, porém, não entregou os comprovantes dos gastos, promessa do primeiro depoimento à PF, no ano passado.
FSP
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