Companheiros pedem 'ajuda prática' e não críticas
Raul Pont diz que Lula deveria apontar quem o traiu e colaborar com investigação interna
O PT cobrou ontem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "ajuda prática" na recuperação da legenda, fragilizada com o escândalo do mensalão. "Ao invés de falar que o PT terá de sangrar, o presidente ajudaria mais se informasse quem o traiu", disse o secretário-geral do PT, Raul Pont. "Ele poderia ainda usar sua influência dentro do partido para convencer as tendências - que resistem ao processo de investigação -, de que a apuração interna, independentemente das CPIs, é necessária."
Em resposta às declarações de Lula ao Fantástico, da TV Globo, Pont observou: "É incorreto que o PT genericamente, e de forma indiferente, sangre agora ou continue sangrando". Para o secretário-geral, as questões centrais da crise estão intimamente vinculadas ao governo e à sua política de alianças: "Uma parte significativa do partido nunca aceitou as coligações e essa política de alianças. Além disso, as pessoas envolvidas eram defensoras do governo e asseguram que tudo foi feito por uma causa maior, o governo Lula."
No lado da oposição, os políticos fizeram pouco das previsões otimistas de crescimento da economia e do nível de emprego feitas por Lula. Segundo os líderes do PFL e do PSDB, a população está cansada das promessas não cumpridas pelo governo. "O presidente continua o mesmo animador de auditório de sempre: faz promessas sem compromisso com a eficiência", criticou o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN). "Lula não é administrador, não sabe governar e apela para a verborragia, para a bravata e para a expectativa."
José Agripino lembrou que, embora a previsão de Lula de crescimento para 2005 tenha sido de 5%, o Banco Central estima em 2,6% a variação do Produto Interno Bruto (PIB).
ENTRE OS PIORES
"O governo Lula consegue o milagre de colocar o Brasil como um dos últimos países emergentes em termos de crescimento econômico", atacou o líder tucano na Câmara, Alberto Goldman. Ele disse que a taxa de crescimento do Brasil é a metade da média registrada entre os emergentes.
O tucano também disse que a figura do presidente e do seu governo foram irremediavelmente atingidos. Diante disso, continuou, por melhores que sejam os resultados econômicos em 2006, não há como se prever um ano excepcional, da mesma forma em que não se espera nenhum ano dramático. "Não há nenhuma possibilidade de um grande avanço no nível de crescimento econômico e de emprego até porque 2005 foi ano de crescimento muito baixo e de investimento muito reduzido. Para ter impacto positivo em 2006, era preciso ter investido mais no ano passado."
FSP
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