7.1.06

Gil diz que confronto é "artificial"

Em nota divulgada ontem, ministro diz que confronto é "artificial"
Para Gil, continuar polêmica só serve "para vender jornal"


O ministro da Cultura, Gilberto Gil, divulgou ontem nota em que defende o direito de pessoas criticarem o governo, mas diz que levar adiante a polêmica na qual a pasta está envolvida atualmente seria "acirrar um confronto artificial" para "vender jornal".
A nota é uma tentativa de pôr fim à discussão entre ministério e artistas iniciada por declarações de Ferreira Gullar à Folha em dezembro, quando o poeta afirmou haver "centralização" na gestão da pasta. O debate foi inflamado por uma carta aberta escrita por Caetano Veloso.
Na nota, Gil classifica de "tautológica e vazia" a continuidade da polêmica, mas afirma que "qualquer pessoa tem o direito de criticar o governo, de preferência com conhecimento de causa".
"Levá-la [a polêmica] adiante, agora, serve apenas para vender jornal e acirrar um confronto artificial. O que poderia ser dito a respeito está posto. Que as pessoas formem seu próprio juízo, para além de qualquer distorção", diz o ministro, que completa: "Insistir no conflito, transformá-lo em campanha, dar a ele uma conotação política, aproveitar-se dele para vinganças pessoais, nada disso interessa à democracia e à cultura do Brasil".
Gil lembra que Gullar expôs um ponto de vista e o Ministério da Cultura, o dele, referindo-se à resposta dada ao poeta pelo secretário de Políticas Culturais da pasta, Sérgio Sá Leitão, que classificou Ferreira Gullar de "stalinista".
"Foi um exercício democrático de expressão. Viva a diferença!", diz a nota de Gil.
Para o ministro, "as palavras do MinC não ensejam uma recusa à crítica, mas um reconhecimento dela. E não ensejam atos de discriminação, mas debates livres, abertos, conseqüentes".
Em sua carta aberta, publicada na última quarta-feira pela Folha, Caetano, antigo parceiro de Gil, ataca o secretário e diz ver um risco de totalitarismo. "Se um ministério demonstra não aceitar críticas -pior: exige adesão total às suas decisões -, estamos sim a um passo do totalitarismo", afirmou Caetano na carta.
"Totalitário seria o MinC fazer algo contra Gullar ou contra quem quer que seja. Isto jamais acontecerá. Assim como seria totalitário negar ao MinC o direito de debater ou exigir a demissão de alguém por delito de opinião", afirma a nota do ministro.
Para Gil, "se houve exagero, foi mútuo e desnecessário, como a própria controvérsia".
Depois da troca de declarações, o ministro recebeu um pedido de degola de seu secretário Sá Leitão. Anteontem, Gil disse no Rio de Janeiro que, "se querem a cabeça de Sá Leitão, não vão ter".
A polêmica envolve, principalmente, a gestão das regras de patrocínio das estatais. O governo diz que "descentralizou" visando distribuir dinheiro entre mais projetos e mais Estados do país.
FSP

3 comentários:

Anônimo disse...

That's a great story. Waiting for more. Tacobells phone nomber Chrysler dealerships ohio phentermine eating disorders and vitamin d Offshore merchant account kill chavez call yasmin bc2c breast tenderness licking lesbian

Anônimo disse...

Enjoyed a lot! »

Anônimo disse...

You have an outstanding good and well structured site. I enjoyed browsing through it »