19.1.06

DESAPARECIDO MATADOR DE CD

Jovem acusado de matar Celso Daniel está sumido desde novembro de 2005

Acusado pela polícia de matar a tiros o prefeito petista Celso Daniel, de Santo André, X., de 20 anos, está desaparecido desde novembro de 2005. Ele é considerado foragido pela Febem paulista desde junho do ano passado mas foi visto pela última vez pela família em novembro passado. Uma parente que ajudou a criá-lo acha que o jovem teria fugido por medo de morrer.

— Se ele cair numa cadeia, acho que não sai vivo — disse.

Os pais do rapaz, que moram na Grande São Paulo, também garantem não saber o destino do filho. Até novembro, ele costumava visitar os familiares e contar sobre o curso de educação física que estava fazendo à custa do governo. X. estava em regime semi-aberto e simplesmente parou de ir à Febem.

Os promotores de Infância e Juventude do Ministério Público Estadual vão percorrer os cartórios da zona oeste da Grande São Paulo para saber se X. está morto. Segundo o promotor Tales César de Oliveira, já estão sendo feitas diligências policiais para descobrir o paradeiro do rapaz.

— Vamos verificar se há certidão de óbito no nome do menor na região em que ele vivia — explicou o promotor.

Segundo Oliveira, X. não relatou que tivesse sofrido qualquer ameaça de morte quando esteve internado na Febem. O promotor afirmou que o desaparecimento não interfere na apuração do Ministério Público, já que ele fez dois depoimentos formais e os promotores duvidam de sua participação no crime.

Preso em março de 2002, X. passou três anos sob regime fechado e estava em semi-liberdade até 29 de junho, quando desapareceu. Um dos promotores que investigam o caso, Roberto Wider, descarta a hipótese de X. ter disparado os tiros e até de ter participado do seqüestro do prefeito.
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Mortes suspeitas


São sete as pessoas que morreram após ter alguma espécie de envolvimento com o assassinato do prefeito Celso Daniel. Dionísio de Aquino Severo, acusado de ser o mandante do assassinato de Celso Daniel, foi morto em abril de 2002 na penitenciária de Guarulhos.

Antônio Palácio de Oliveira, garçom do restaurante Rubayat, serviu o jantar de Daniel com Sérgio Gomes da Silva na noite do seqüestro. Em fevereiro de 2003, foi perseguido por homens que ocupavam um carro. Depois de levar um chute, perdeu o controle da moto e bateu num poste. Morreu na hora.

Iran Moraes Redua, agente funerário que reconheceu o corpo de Daniel, foi assassinado a tiros em dezembro de 2003.

Otávio Mercier, investigador do Departamento de Narcóticos, foi assassinado em julho de 2003 ao perseguir homens que teriam roubado sua casa.

Manoel Sérgio Estevam foi morto a tiros em setembro de 2002 e Renê Reis Lima numa emboscada em abril de 2004, em São Paulo.

Carlos Delmonte Printes, legista que fez o laudo necroscópico do petista e constatou que houve tortura antes do assassinato, foi encontrado morto em seu escritório.
O Globo

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