10.7.07

Marina sobre Madeira

Marina sobre Madeira: licença tem condicionantes

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que a concessão da licença prévia para as hidrelétricas do Rio Madeira foi um longo e complexo processo. Negou que estivesse sendo dada por pressão. "Não é uma decisão política; é técnica e tem condicionantes".

A ministra disse que a decisão foi tomada tecnicamente, mas que ela a assume "com tranquilidade de alma".

A licença ambiental das hidrelétricas do Rio Madeira estava sendo esperada como símbolo da queda de braço entre o setor elétrico e o setor ambiental dentro do governo. O ex-ministro Silas Rondeau, antes de sair, havia dado um prazo de 31 de maio para a licença. O prazo não foi respeitado e só saiu agora. Ele havia dito que, ou saia a licença, ou a alternativa seria nuclear. O governo já anunciou a nuclear. Não era um ou outro. Pelo visto, é um e outro.

O tema continua... mais informações sobre os portos

O tema dos portos, tratado na coluna de sexta-feira e comentado aqui no site, continua repercutindo. O professor de Planejamento Portuário e Navegação Interior da Escola Politécnica da UFRJ, Hildebrando de Araújo, mandou um e-mail para a coluna. Ele diz que o transporte de contêineres tem crescido no mundo inteiro, mas no Brasil continuamos utilizando equipamentos arcaicos, com baixa capacidade. "Cingapura criou um Centro de Estudos Portuários avançadíssimo para formar a mão-de-obra necessária, uma vez que, cada vez mais, está afastada a figura do estivador de pouco preparo técnico que ainda opera nossos portos, em muitos casos. Utilizam em larga escala a Tecnologia de Informação (TI) e são operados por engenheiros de alta qualificação técnica, com equipamentos cada vez mais sofisticados e mão-de-obra reduzida, pois operam por robôs", conta o professor.

Ele sugere que haja, no país, portos "concentradores de cargas", os hub ports. Acredita que o Porto de Itaguaí (Sepetiba) "possui as melhores condições técnicas e econômicas para isso: calados que poderiam ser facilmente atingidos por dragagem; áreas para estocagem dos contêineres ainda disponíveis" e o fato de ser no Sudeste. E completa: "qualquer estudo de viabilidade não tendencioso apontaria que Santos tem sérias limitações de calado para dragagens abaixo de -13 metros (por razões geotécnicas), além de ter a Serra do Mar logo após a Baixada Santista, o que obriga a aclives violentos na subida da serra (com conseqüente aumento de custos de transporte)."Para ele, o fato de os investimentos nos Portos de Pecém e Suape serem superiores aos de Santos, "são injustificáveis e só se explicam por interesses políticos regionais".
Miriam Leitão


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