Zheng Xiaoyu, 62, foi condenado por receber propina de empresas farmacêuticas para não fiscalizá-las corretamente |
A execução do ex-ministro, demitido há dois anos, aconteceu dentro de um contexto de escândalos que questionam a qualidade dos produtos do país, em particular para a exportação.
"É uma decisão muito política", disse Nicholas Bequelin, pesquisador da organização Human Rights Watch em Hong Kong.
"O objetivo é enviar uma mensagem clara ao interior da China para destacar que o governo não aceitará a corrupção", acrescentou.
Com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 e do congresso no qual o mandato do governante chinês Hu Jintao deve ser renovado, o PC decidiu enfatizar o combate à corrupção.
Há vários meses, a imprensa dá destaque a reportagens sobre o estilo de trabalho dos quadros dirigentes.
Em uma entrevista recente à revista Study Times, He Yong, vice-secretário da Comissão de Disciplina do PC, organismo responsável por descobrir os dirigentes corruptos, manifestou suas inquietações e afirmou que esta é "uma questão de vida ou morte para o Partido e o Estado".
Também advertiu contra as desvios dos que utilizam seu poder em benefício próprio, de amigos ou familiares, enquanto a população enfrenta dificuldades crescentes: preço dos aluguéis, emprego, previdência social, gastos escolares, problemas de meio ambiente, expulsões, pedidos de terra no campo.
"Devido ao trabalho mal feito, à burocracia e ao não cumprimento do dever, os problemas não foram resolvidos, o que agrava a situação e leva inclusive a incidentes de massa que perturbam a estabilidade social", disse He.
"É preciso punir severamente as faltas dos dirigentes", acrescentou.
Para He Weifang, professor de Direito na Universidade de Pequim, a execução de Zheng está destinada "a acalmar a revolta popular".
O ex-ministro Zheng Xiaoyu foi demitido em junho de 2005 depois de comandar durante oito anos a Administração de Alimentação e Medicamentos (SFDA), no qual implementou um sistema de autorização de remédios particularmente polêmico.
Dois ex-assessores de Zheng também foram condenados por corrupção, um à pena de morte com clemência de dois anos e outro a 15 anos de prisão.
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