Analistas vêem viés eleitoral em plano de investimento
A decisão da Petrobrás de aumentar os investimentos em 66% até 2011 surpreendeu o mercado e levantou suspeitas de uma possível influência das eleições. O plano foi anunciado na noite de sexta-feira, após reunião do conselho de administração da estatal, do qual participam os ministros Guido Mantega, da Fazenda, Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Silas Rondeau, de Minas e Energia. Pelo novo plano, a estatal vai investir US$ 87,1 bilhões de 2007 a 2011, ante US$ 52,4 bilhões previsto anteriormente.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, um dos aspectos que chama a atenção para a possibilidade de viés eleitoral é o aumento de 131% nos recursos repassados à BR Distribuidora. "Apenas uma nova aquisição nesse período justificaria tal aporte", afirmou, relembrando os boatos, meses atrás, de que a BR estaria sendo pressionada pelo governo a conceder combustível gratuitamente para candidatos à eleição. "Além disso, a Petrobrás diz que vai aumentar investimentos em biodiesel e etanol, e isso cheira a marketing", comentou Pires.
A surpresa dos analistas se concentrou na quantidade de novos projetos, considerada pequena em relação ao volume de investimentos. A diferença de recursos entre o antigo e o novo plano equivale a US$ 34,7 bilhões e só US$ 17,4 bilhões correspondem a novos projetos.
"O crescimento da produção para o período até 2011 não condiz com o montante que será investido. Em comparação com o plano anterior, o volume produzido aumenta apenas 80 mil barris por dia", avaliou Márcia Paes, da corretora Lopes Filho, que aguarda mais detalhes do plano para avaliar "o que pretende a Petrobrás". Esse detalhamento será feito hoje à imprensa e amanhã aos analistas.
Entre especialistas, há um consenso sobre a elevação dos custos. Segundo a Petrobrás, o custo de extração subiu de US$ 4,40 por barril para US$ 5,60, enquanto o custo de refino foi de US$ 2,02 para US$ 2,90. "É um impacto considerável", disse o analista de um grande banco.
Para Edmar de Almeida, do Instituto de Economia da UFRJ, o aumento de custos no último ano é uma realidade no mundo todo. "No ano passado, o setor ainda estava em dúvida a respeito do preço do petróleo. Hoje, a análise é diferente.
Estadão
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