5.7.06

Financial Times

Lula e Alckmin têm muito em comum, diz jornal inglês

O jornal inglês Financial Times publica hoje reportagem sobre as eleições no Brasil em que afirma que os principais candidatos à Presidência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin (PSDB) têm muito em comum.

Apesar de destacar as diferenças na vida e formação política do tucano e do petista, o jornal afirma que "quando se fala com os homens responsáveis por definir os programas de governo dos candidatos, fica difícil diferenciá-los". Marco Aurélio Garcia, do lado do presidente Lula, tem suas prioridades listadas pelo jornal: inclusão social por meio da criação de empregos, desenvolvimento econômico através de estabilidade e investimento em infra-estrutura, reforma política e avanços na educação, especialmente concentradas em Ciência e Tecnologia.

Já José Carlos Meirelles, do lado de Alckmin, traz uma lista semelhante: um programa de educação vigoroso focado na escola primária e desenvolvimento com ciência e tecnologia, crescimento pelo investimento em infra-estrutura, reforma política e redução da burocracia e custo do governo.

"Seria fácil concluir que eles têm idéias similares sobre como atingir seus alvos", diz o texto. "Nós temos que manter a inflação baixa, nossas contas equilibradas e manter esforços para reduzir a vulnerabilidade a choques externos", diz Marco Aurélio Garcia ao jornal. "Fundamentalmente nossa idéia é continuar com a política econômica atual".

"Apesar do PT negar, continuar com a atual política significa manter políticas introduzidas pelo governo anterior, do PSDB, usando rígida política monetária para combater a inflação e supostamente rígida política fiscal - cortando gastos ao mesmo tempo que permite crescimento das despesas - a fim de atacar a alta dívida do governo, atualmente equivalente a 50% do produto interno bruto e um grande impedimento para os investimentos", afirma a reportagem.

Para o jornal, Meirelles encontra dificuldades, em alguns momentos, para discordar com seus oponentes políticos. "O governo Lula tem mostrado algumas boas idéias. Mas não há administração", diz ele.

Para o Financial Times, Lula "talvez entenda melhor que ninguém o papel, no Brasil, da baixa da inflanção na melhora das condições de vida dos pobres, por isso faz a defesa da independência do Banco Central apesar das fortes críticas vindas de todos lados". O jornal ressalta que, apesar das semelhanças, há grandes diferenças na forma como cada candidato propõe manter a estabilidade enquanto tentam melhorar a queda no crescimento registrada nos últimos anos.
Terra