Juiz decreta quebra de sigilo bancário
Também foi autorizada abertura dos dados bancários de Lacerda
A Justiça Federal decretou ontem a quebra do sigilo bancário de Freud Godoy, ex-guarda-costas de Lula. A decisão foi tomada pelo juiz Jefferson Scheinneder, da 2ª Vara Federal de Mato Grosso. O juiz também autorizou acesso aos dados bancários de Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha do senador do PT Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo.
A ordem judicial é o primeiro passo concreto da investigação sobre o dossiê Vedoin na direção de um dos homens mais próximos do presidente, Freud Godoy. A Procuradoria da República e a Polícia Federal (PF) suspeitam que Freud seria o cabeça da trama que pretendia jogar o governador eleito de São Paulo, José Serra, do PSDB, na lama dos sanguessugas.
O procurador Mário Lúcio Avelar, que acompanha o inquérito da PF sobre o dossiê pelo qual dirigentes do PT iriam pagar R$ 1, 75 milhão, requereu a abertura de informações confidenciais de Freud e de Lacerda.Avelar queria fazer um rastreamento minucioso, indo além das contas de Freud. O juiz Scheinneder, no entanto, restringiu a pesquisa às contas bancárias do ex-segurança de Lula. O Ministério Público Federal deverá insistir na busca mais ampla.
Avelar resolveu ir à Justiça para pleitear a quebra do sigilo de Freud depois da divulgação de transferência de R$ 369 mil para uma conta do investigado no dia 7 de setembro. Oito dias depois dessa operação foram capturados em São Paulo Gedimar Passos e Valdebran Padilha com o R$ 1, 75 milhão.
DEFESA
Freud e Lacerda não vão recorrer da decisão judicial. O advogado Augusto de Arruda Botelho Neto, defensor de Freud, alertou para o fato de que a quebra do sigilo bancário é uma medida de exceção, adotada em casos absolutamente excepcionais e quando existem fortes indícios de prática de crime. 'Freud não cometeu crime algum, ele não tem nada a ver com esse dossiê, mas diante das denúncias descabidas abro mão da exceção porque a quebra do sigilo é importante até para provar sua inocência', declarou Botelho.
Alberto Zacharias Toron, advogado de Lacerda, disse que 'é boa e oportuna' a medida judicial. 'Acho a medida salutar para demonstrar a verdade. Não tem nenhum dinheiro espúrio na conta do Hamilton.'
Estadão
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