3.10.06

PF vê contradição, e Valdebran depõe de novo

A Polícia Federal identificou aparentes contradições nos depoimentos prestados pelo petista Valdebran Padilha e o ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo do Estado de São Paulo, Hamilton Lacerda, sobre a negociação do dossiê contra o PSDB.
Valdebran e Gedimar Passos, ex-policial contratado pela campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram presos na madrugada do dia 15 do mês passado, no hotel Ibis, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê. Hamilton foi identificado pela Polícia Federal, a partir de imagens do sistema interno de TV do hotel, como a pessoa que repassou o dinheiro a Gedimar.
Nos depoimentos que prestaram à Polícia Federal, Valdebran e Hamilton afirmaram que não se conheciam e que não chegaram a se encontrar. As imagens analisadas pela polícia demonstram, no entanto, que eles saíram do hotel praticamente juntos naquele dia.
Por conta das contradições, a PF marcou para hoje novo depoimento de Valdebran, em Cuiabá.
Pelas imagens que já haviam sido analisadas, a PF identificara que Hamilton e Gedimar entraram juntos no hotel, mas era o então coordenador da campanha de Mercadante quem segurava a mala que conteria o dinheiro (todo ou em parte). Isso ocorreu na manhã do dia 14, quando a compra do dossiê foi fechada.

Quarto
Os dois pegaram o elevador juntos e foram para o quarto onde Gedimar estava hospedado. Minutos depois, Hamilton desceu sozinho, sem a mala.
Por volta do meio-dia, Gedimar foi sozinho para o saguão do hotel, carregando a mesma mala levada por Hamilton. A Polícia Federal deduziu que Gedimar ficou com medo de deixar a mala no quarto, carregando-a consigo para almoçar.
Valdebran, empresário em Mato Grosso, era o emissário de Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas e autor do dossiê, na negociação. Gedimar representava o PT. Seria o responsável por fazer o pagamento.

Corretoras
Do R$ 1,75 milhão apreendido com Gedimar e Valdebran, havia US$ 248 mil. A Polícia Federal já identificou que o dinheiro em moeda estrangeira foi parar em corretoras de câmbio de São Paulo, após ter entrado no país por intermédio do banco Sofisa. Mas a PF ainda não sabe nas mãos de que pessoa física foi parar antes de chegar a Gedimar.
Folha

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