10.10.06

Defesa muda versão de Gedimar para caso!!

Alegação agora é que ex-agente da PF foi coagido a citar nome de Freud
O ex-agente da Polícia Federal Gedimar Passos voltou atrás e tenta limpar o nome de Freud Godoy no escândalo do dossiê Vedoin. Freud, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi citado por Gedimar quando interrogado pela primeira vez, em São Paulo, logo depois de ser preso em um hotel, no dia 15, junto com Valdebran Padilha. Os dois carregavam o R$ 1,75 milhão que compraria o material com as acusações contra tucanos.

Agora, Gedimar culpa o delegado da Polícia Federal Edmilson Pereira Bruno, que fez seu interrogatório. O ex-agente da PF o acusa de coação para conseguir o nome de alguém próximo da cúpula petista. Gedimar e Valdebran são investigados por serem os negociantes do dossiê Vedoin, que envolveria políticos do PSDB, como os tucanos e ex-ministros da Saúde José Serra e Barjas Negri, na máfia dos sanguessugas.

Segundo a defesa de Gedimar apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Freud só foi citado por pressão do delegado da PF. 'Cumpre afirmar que o nome do senhor Freud Godoy foi declinado em depoimento apenas com vistas à (falsa) promessa de liberdade do inquisidor naquela oportunidade, a título de colaboração ampla com as declarações', relata o documento ao qual o Estado teve acesso.

Ainda de acordo com a petição, foram 'muitas horas' de questionamento por parte de Bruno e que ele não se conformava com 'o absoluto desconhecimento do representado nas questões envolventes ao numerário'.

Gedimar informou ao TSE que deu o nome de Freud com a promessa de não ser detido. Ele teve sua prisão temporária, de cinco dias, cumprida em São Paulo e em Cuiabá, onde é presidido o inquérito pela PF.

O ex-agente também afirma no documento que tanto é certa a pressão sofrida por ele pelo delegado que o nome de Freud só aparece no final de seu depoimento. 'Após horas e horas de inquirição fracassada', reforçou a defesa apresentada ao TSE. O delegado Bruno e o advogado de Gedimar não foram encontrados ontem.

O tribunal, a pedido da coligação formada pelo PSDB e pelo PFL, abriu investigação para apurar suposto envolvimento no caso do presidente Lula, do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, do então presidente do PT, Ricardo Berzoini (hoje licenciado do partido), além de Freud, Valdebran e Gedimar. Caso fique comprovada a participação, Lula pode ser declarado inelegível.
Estadão

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