25.10.06

PF está com excesso de trabalho!

PF só pretende intimar laranjas depois da eleição

Órgão alega que tem excesso de trabalho e que não se pauta pela votação; meta agora é saber se compradores dos dólares 'alugaram' os CPFs

A Polícia Federal só vai intimar depois da eleição os laranjas que adquiriram os US$ 248,8 mil dólares usados na frustrada tentativa de compra do dossiê Vedoin. Segundo a PF, o volume de trabalho tem sido avassalador e a instituição tem que pautar sua atuação conforme a conveniência da investigação e não pelo calendário eleitoral.

Para dar uma idéia do volume de trabalho desse inquérito, a PF informou que foram processadas 1,6 milhão de transações financeiras, a partir do cruzamento de 43,7 mil contas. No total, foram processados 66,2 mil dados. Desde o início da investigação, foram rastreadas 2,8 milhões de chamadas telefônicas de 56 mil aparelhos. Dessas ligações, 380 mil partiram ou se destinaram à Presidência da República.

O principal objetivo do inquérito, nesta nova etapa, é desvendar a origem do R$ 1,75 milhão - destinado à compra do dossiê - apreendido em poder dos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha num hotel de São Paulo, em 15 de setembro. A origem dos dólares está praticamente desvendada.

Segundo a PF, a maior parte do dinheiro estrangeiro foi adquirida por um grupo de cinco a nove pessoas de uma mesma família, na Vicatur Câmbio e Turismo, de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Pobre e sem meios para justificar operação dessa monta, a família seria do município de Magé.

O objetivo da investigação agora é descobrir se eles 'alugaram' seus CPFs ou tiveram os nomes usados indevidamente pelos petistas e se os donos da empresa que vendeu os dólares tinham conhecimento da operação.

Autorizada a operar com câmbio de moeda estrangeira desde 1999, a Vicatur foi objeto de uma comunicação do Banco Central ao Ministério Público do Rio, por suspeita de irregularidade em operações de câmbio.

Em alguns casos, as pessoas nem sequer sabiam que seus nomes tinham sido usados nas operações na agência.
Estadão

Nenhum comentário: